pesquisa na Web.... pesquisa em ASGARDH.... pesquisa em iHEAVEN.... pesquisa em iHELL.... pesquisa em Ridertamashii ENTRETENIMENTO.... Previsão do Tempo para São Paulo
translate for english

MITOLOGIA CELTA

iHEAVEN, um mundo de fantasia!
  • iHEAVEN(home)
  • MITOLOGIA CLASSICA
  • MITOLOGIA NORDICA
  • MITOLOGIA CELTA
  • MITOLOGIA EGIPCIA
  • PSICHES,psicologia e religiões comparadas
  • ESPIRITUALIDADE
  • MAGIA
  • BUDISMO
  • BRAHMANISMO
  • DA VINCE, MITOS JUDAICO-CRISTAOS.
  • OS ILUMINADOS
  • COMERCIAIS
    CONTATO COM ASGARDH
    email: sygrun@gmail.com
    Powered by


    BLOGGER

  • ASGARDH, hell and heaven
  • Ridertamashii:animes,mangas,HQs,cultura POP
  • As Brumas de Avalon - Marion Zimmer Bradley
  • Quem eram os celtas
  • OGHAN, a escrita celta...
  • TRISTÃO - MITO E SÍMBOLOS
  • PINTURA DE GUERRA CELTA
  • The Glastonbury Area. LAR DE MORGANA
  • HORÓSCOPO DAS FADAS
  • SEREIAIS E AS MULHERES DO MAR, MORGAN
  • Ceridwen, A Deusa Branca
  • TRISTÃO E ISOLDA: Profa. Luciana de Campos
  • livro on line: CELTAS, MITOLOGIA E POVO - A RODA DO ANO CELTA.
    sexta-feira, abril 14, 2006
    por Claudio Ramos (cramos@portalholistico.com.br )

    ... Quando os raios do sol diminuem sua intensidade ao cair da tarde é o momento de nos prepararmos para mais um dia. O povo Celta, assim como outros povos de origem pagã, celebram o começo dos dias através do anoitecer. Cada anoitecer nos faz lembrar que a Deusa, com sua magia e seus mistérios, reinará através da Lua, das emoções, e das intuições, mostrando-nos que enquanto os homens se acalmam e repousam depois de um dia intenso de trabalho, os sacerdotes e sacerdotisas começam o semear de um novo dia. O Deus, que também descansa durante a escuridão, se prepara para um novo nascer, para um novo brilhar, para um novo amanhecer.

    Esse acordar e dormir, descansar e trabalhar, morrer e nascer, fazem do dia e da noite momentos muito preciosos e de intensa comunhão entre o masculino e feminino. É preciso que as duas polaridades estejam em perfeita sintonia para que a Natureza possa se manter equilibrada. Da mesma maneira, como a imagem refletida é o complemento da imagem projetada, homens e mulheres precisam estar juntos para que a comunhão perfeita entre o Deus e a Deusa possa refletir em momentos de intensa união e perfeição.

    Esses momentos de equilíbrio entre o dia e a noite, marcados pelo pôr do sol, a metade da noite, o nascer do sol e a metade do dia, se tornam de extrema importância para magias. Da mesma forma, os momentos entre cada um desses pontos também se tornam importantes. Em um suposto tempo linear:
    os quatro momentos principais seriam: 6h, meia noite, 6h e meio dia; e os secundários: 9h, 3h, 9h, e 3h.


    Sabendo que o universo é perfeito e que tudo que há no macrocosmos tem seu correspondente no microcosmos, muitas vezes é preciso entender o micro para alcançarmos e sentirmos a importância do macro. Para muitas pessoas fica mais fácil compreender o universo através de pequenos momentos do dia-a-dia para se ter uma real noção da extensão dos grandes momentos.

    Como podemos ver existem quatro momentos do dia ( 24h ) que são pontos vitais, e há quatro pontos secundários que são pontos de equilíbrio. No processo de imagem refletida para imagem projetada, temos no ano ( 365 dias ) quatro momentos vitais: o primeiro dia do ano e o primeiro dia do quarto, sétimo e décimo meses - dias que caem na divisão exata do ano em quatro partes iguais, em quatro elementos. Temos, também, quatro momentos secundários: a entrada de cada uma das quatro estações, delimitadas pelos solstícios e equinócios. Assim nossa roda do ano esta formada e em eterna harmonia com o universo.

    Esta era a maneira de pensar e agir dos Celtas, que tinham seu calendário baseado nesses oito momentos do ano, quando reuniam-se em clareiras e templos para festejar ritualisticamente essas oito datas. A cada uma delas deu-se um nome:
    * Ao início do ano, Samhain ( 1o de novembro ); * Yule ( solstício de inverno - em torno de 21 de dezembro ); * Imbolc (1o de fevereiro ); * Equinócio da Primavera ( em torno de 21 de março); * Beltane (1o de maio ); * Midsummerm solstício de verão - em torno de 21 de junho ); * Lughnasadh (1o de agosto ); e * Equinócio de Outono ( em torno de 21 de setembro ).

    Esta ordem e os meses correspondentes aos sabás estão de acordo com o hemisfério norte - lugar de onde vem os Celtas. Há grupos que trabalham o calendário celta voltado para as datas do hemisfério sul; é apenas uma questão de escolher como trabalhar a roda do ano. Particularmente, eu prefiro a ordem acima, pois estou em sintonia e penetrando na energia pura deste povo; compartilhando em um mesmo momento com quem a cultura é de real procedência. Seja de que maneira você optar, seja bem vindo!

    Segue um pequeno resumo de cada ritual com suas respectivas datas de celebração.
    SAMHAIN - hoje chamado de HALLOWEEN, era o final do ano celta. O ano novo começava realmente com o pôr do sol do dia 31 de outubro. O ritual era conhecido como A Noite dos Ancestrais ou Festa dos Mortos. Devido ao véu entre os mundos estar bem mais fino, esta noite era considerada uma boa noite para divinações. Festas eram feitas em lembrança aos ancestrais e em afirmação da continuação da vida. É tempo de ajustar problemas e jogar velhas idéias e influências fora. Comemorando, também, na primeira lua cheia de escorpião.

    YULE - solstício de inverno. Comemorado aproximadamente em 21 de dezembro. É o tempo de morte e renascimento do Deus Sol. Os dias são mais curtos e o sol está em seu ponto mais baixo. A lua cheia depois de Yule é considerada a mais poderosa de todo o ano. Este ritual é um ritual iluminado, com quantas velas forem possível colocar no ou perto do altar, para dar boas vindas ao Filho Sol.

    IMBOLC - Primeiro de fevereiro ou a primeira lua cheia de aquário. É tempo de limpeza e dos carneiro que acabaram de nascer. O nome imbolc vem da palavra "oimelc" que significa leite de ovelha. É um festival da virgem em preparação para o crescimento e renovação.

    EQUINÓCIO DA PRIMAVERA - mais ou menos dia 21 de março. É quando a luz e a escuridão estão em equilíbrio, com a luz crescendo cada vez mais forte.

    BELTANE - celebrado em primeiro de maio ou na primeira lua cheia de touro. Também chamado de Dia da Donzela ou Dia de Maio. É primeiramente um ritual de fertilidade com encantamentos da natureza e oferendas para duendes e elementais. Os poderes dos elfos e fadas estão crescendo e alcançarão seus máximos no solstício de verão. É tempo de grande magia. É bom para todas as divinações e bom para fazer um jardim ou um campo sagrado. Os guardiões da casa devem ser homenageados neste festival.

    SOLSTÍCIO DE VERÃO - mais ou menos 21 de junho. É quando as horas do dia são mais longas. O sol está em seu ponto mais alto antes de começar sua descida até a escuridão. Tradicionalmente, as ervas colhidas neste dia são extremamente poderosas. Nesta noite, elfos e fadas estão presentes em grande número.

    LUGHNASSADH - dia primeiro de agosto ou a primeira lua cheia de leão. É um festival de pré-colheita, o ponto de virada da Mãe Terra. As últimas ervas são colhidas. É uma celebração em homenagem ao casamento do Deus Lugh com a Mãe Terra.

    EQUINÓCIO DE OUTONO - mais ou menos celebrado em 21 de setembro. É tempo de descansar após o término da colheita. Novamente as horas do dia e da noite estão em equilíbrio, com a escuridão aumentando, todos os preparativos para a parte escura do ano são feitos, nos levando a Samhain novamente

    De: "alexandre martins monteiro de souza"
    Data: Sun, 14 Apr 2002 18:18:19 -0300
    posted by iSygrun Woelundr @ 4:39 PM   0 comments
    livro on line: CELTAS, MITOLOGIA E POVO - OS DRUIDAS.
    Fonte: http://www.netdados.com.br/usuarios/babinho/os_Druidas.html
    Por: Carlos Antonio Fragoso Guimarães

    Os Druidas e sua Doutrina da Imortalidade da Alma


    Os Druidas eram sacerdotes e sarcedotisas dedicados ao aspecto feminino da divindade: a Deusa. Mas eles sabiam que todas as nossas idéias a respeito da divindade eram apenas parciais e imperfeitas percepções do divino. Assim, todos os deuses e deusas do mundo nada mais seriam que aspectos de um só Ser supremo - qualquer que fosse a sua denominação - vistos sob a ótica humana.

    Eles não admitiam que a Divindade pudesse ser cultuada dentro de templos construídos por mãos humanas, assim, faziam dos campos e das florestas mais suaves - principalmente onde houvessem antigos carvalhos - os locais de suas cerimônias. Os Druidas eram parte da antiga civilização Celta, povo que se espalhava da Irlanda até vastas áreas no norte da Europa ocidental, incluindo a Bretanha Maior e Menor (Inglaterra e norte da França) e parte do extremo norte da península ibérica (Portugal e Espanha). Dominavam muito bem todas as áreas do conhecimento humano, cultivavam a música, a poesia, tinham notáveis conhecimentos de medicina natural, de fitoterapia, de agricultura e astronomia, e possuíam um avançado sistema filosófico muito semelhante ao dos neoplatônicos. A mulher tinha um papel preponderante na cultura druídica, pois era vista como a imagem da Deusa, detentora do poder de unir o céu (o Deus, o eterno aspecto masculino) à terra (a Deusa, o eterno aspecto feminino). Assim, o mais alto posto na hierarquia sacerdotal druídica era exclusividade das mulheres. O mais alto posto masculino seria o de conselheiro e "mensageiro" dos deuses, e, entre outras denominações, recebiam o nome de Merlin.

    Desde a dominação romana, a cultura druídica foi alvo de severa repressão, por isso hoje sabemos muito pouco sobre deles, apesar de o próprio Júlio César reconhecer a coragem que os druídas tinham em enfrentar a morte em defesa de sua cultura. Sabemos que eles possuíam suficiente sabedoria para marcar profundamente a literatura da época, criando uma espécie de aura de mistério e misticismo (e eles, de fato, eram místicos), sendo reverenciados e respeitados como legítimos representantes dos deuses.

    O Povo Celta, como um todo, construira-se dentro de uma tradição eminentemente oral, ou seja, não usavam a escrita para transferir seus conhecimentos fundamentais - embora conhecessem uma forma de escrita chamada rúnica. Por isso após o domínio do cristianismo - que no início foi bem recebido pelos próprios druidas, quando o poder da Igreja de Roma ainda não era suficientemente forte e corrompido a ponto de distorcer a mensagem básica de Jesus de tolerância e amor - perdemos muito desta maravilhosa civilização, e, juntamente, perdemos muito da história dos Druidas, e até hoje muita coisa permanece envolta em mistério: sabemos que realmente eles existiram entre o povo Celta, porém eles não eram propriamente originários desta civilização, então de onde vieram os Druidas? Seriam eles os tão terríveis Bruxos avidamente perseguidos pelo fanatismo cego e ambiciosa da Igreja Católica Romana? Foram eles quem ajudaram o bretões a se livrarem dos saxões? Teria realmente José de Arimatéia (discípulo de Jesus) encontrado abrigo entre eles? A história dos Druidas se esconde freqüentemente entre diversas lendas, como a do Rei Arthur, onde Merlin e a meia-irmã de Arthur, Morgana, eram Druidas.

    Na verdade quando estudamos sobre os Druidas, temos diante de nós apenas fragmentos de narrações, algumas lendas e muita oposição eclesiástica, cujo ódio aos Druidas e a todos os outros povos pagãos é forte demais para que seus textos nos sejam uma fonte confiável de informação. A sensação que temos é a de embarcar num Mundo totalmente diferente, mágico, fantástico, como se tomássemos a lendária barca que nos leva à ilha sagrada de Avalon, cercada de brumas, onde vive um povo incrível e misterioso.

    Das poucas coisas que sabemos sobre eles, temos a certeza de que os Druidas acreditavam na Imortalidade da Alma, que buscaria seu aperfeiçoamento através das vidas sucessivas (reencarnação). Eles acreditavam que o homem era o responsável pelo seu destino de acordo com os atos que livremente praticasse. Toda a ação era livre, mas traria sempre uma conseqüência, boa ou má, segundo as obras praticadas. Quanto mais cedo o homem despertasse para a responsabilidade que tinha nas mãos por seu próprio destino, melhor. Ele teria ainda a ajuda dos espíritos protetores e sua liberação dos ciclos reencarnatórios seria mais rápida. Ele também teria a magna responsabilidade de passar seus conhecimentos adiante, para as pessoas que estivessem igualmente aptas a entender essa lei, conhecida hoje por lei do carma (que é uma denominação hindu, não druídica).

    Os Druidas desapareceram paulatinamente da história à medida que crescia o domínio da Igreja de Roma. Os grandes sacerdotes Druidas eram conhecidos como as serpentes da sabedoria, e, numa paródia sem graça, São Patrício ficou conhecido por ter expulso "as serpentes da Bretanha". Mas o fascínio destas pessoas não poderia desaparecer de repente. Eles se perpetuaram nos romances dos menestréis e trovadores medievais, e sua influência se fez sentir nos vários movimentos místicos e contestatórios da Idade Média, especialmente entre os Cátaros e na Ordem dos Templários.

    Bibliografia Sugerida:


    . Marion Z. Bradley: As Brumas de Avalon, Imago Editora, São Paulo,1990.
    . Os Celtas, Coleção Povos do Passado, Círculo do Livro, São Paulo, 1996.


    "Todos os dias Deus nos dá um momento em que é possível mudar tudo que nos deixa infelizes. O instante mágico é o momento em que um "sim" ou um "não" pode mudar toda a nossa existência."
    posted by iSygrun Woelundr @ 4:35 PM   0 comments
    livro on line: CELTAS, MITOLOGIA E POVO - OS DEUSES CELTAS.
    Angus Mac Og (Irlanda) - Deus: da juventude, amor e da beleza.
    Anu (Irlanda) -Mãe Terra, Deusa de fertilidade, prosperidade e do conforto.
    Arawn / (País de Gales) - Deus do reino do subterrâneo, do terror e da guerra.
    Arianrhod ( País de Gales) - Deusa, aspecto da Mãe, da Deusa Tripla na Irlanda. Honrada na Lua cheia, Deusa da beleza, fertilidade, reencarnação.
    Badb (Irlanda) - Deusa, aspecto da Mãe da Deusa Tripla na Irlanda. Associado com o caldeirão, e corvos. Representa a vida, sabedoria, inspiração.
    Bel / Belenus (Irlanda) - Deus, estreitamente ligado aos Druídas. Deus da ciência, restabelecimento, primaveras quentes, fogo, sucesso, prosperidade, purificação, colheitas, vegetação, fertilidade.
    Blodeuwedd / Blod-oo-eeth// Blancheflor ( País de Gales) - Deusa da terra em florescimento, flores, sabedoria, mistérios lunares, iniciações, Deusa jovem.
    Boann (Irlanda) - Deusa Mãe de Angus Mac Og.
    Bran o Abençoado (País de Gales) - Deus da profecia, das artes, dos líderes, da guerra, do sol, e da música.
    Branwen / Bran -oo-en (País de Gales) - Deusa do amor e beleza.
    Brigit / Breed / Brida (Irlanda e País de Gales, Espanha, França) - Deusa associada ao Imbolc, Deusa de fogo, fertilidade, todas as artes femininas. Esta relacionado à agricultura, à inspiração, ao aprendizagem. à poesia, à adivinhação, profecia, amor, bruxaria, ao conhecimento oculto.
    Cernunnos (Ker-noo-nos) - Conhecido emtodas as regiões Celtas, Deus da Natureza e todas coisas selvagens. Deus da virilidade, fertilidade, animais, amor físico, natureza, reencarnação, encruzilhadas, riqueza, comércio, guerreiros.
    Cerridwen (País de Gales) - Deusa da Natureza, da morte, fertilidade, inspiração, magia, astrologia, ervas, ciência, poesia, feitiços e conhecimento, sua imagem está relacionado ao caldeirão.
    Creiddylad / Cordellia (País de Gales) - Deusa ligada à Beltane, frequentemente chamada de Rainha, Deusa de Flores de Verão, amor.
    Crone conhecido em todas as regiões célticas - Deusa, aspecto da Deusa Tripla. Ela representa velhice ou morte, inverno, o fim de todas coisas, o sangue menstrual, fases de vidas das mulheres. Toda destruição que precede regeneração através de ela, o caldeirão do renascimento.
    Dagda (Irlanda) - Deus da proteção, guerreiros, conhecimentos, magia, fogo, profecia, tempo, reencarnação, as artes, iniciações, o sol, restabelecimento, prosperidade e abundancia, música e harpa.
    Danu / Danna (Irlanda) - Deusa provavelmente o mesmo como Anu, Mãe dos Deuses, Grande Mãe, Deusa Lua, Patrona dos Magos, rios, água, prosperidade e abundância.
    Diancecht / Dian-ket (Irlanda) - Deus médico-mágico do Thuata da Danann. Deus de magia curativa, medicina.
    Don / Dom-noo (Irlanda e País de Gales) - Deus governante da terra, da morte eentradas para os outros mundos. Controle dos elementos, eloquência.
    Druantia (Todas as regiões célticas) - Deusa da fertilidade, paixão, atividades sexuais, árvores, proteção, conhecimento, criatividade.
    Dylan (País de Gales) - Deus do Oceano.
    Elaine (País de Gales) - Deusa, aspecto intacto da Deusa.
    Epona (Grã-Bretanha, Gaul) - Deusa da fertilidade, maternidade, protetora dos cavalos, prosperidade, cães, primaveras, colheitas.
    Eriu / Errado-eu-oo (Irlanda) - Deusa, uma das rainhas do Tutha da Danann.
    Flidais (Irlanda) - Deusa das Florestas e coisas selvagens.
    Goibniu / Gofannon / Gov-ann-em (Irlanda e País de Gales) - Deus dos ferreiros, fabricante de arma, fabricação de jóias.
    Great Father (Todas as regiòes Célticas) - O Senhor (não o diabo), Senhor de inverno, colheita, animais, montanhas, regeneração. O aspecto masculino de criação.
    Great Mother (Todas regiões Celtas) - Deusa, a Dama, o aspecto feminino de criação, Deusa de fertilidade, a Lua, verão, flores, amor, restabelecimento.
    Green Man (Todas as regiões Celtas) - Veja Cernunnos.
    Gwydion / Gwin-dee-em (País de Gales) - Deus, o maior, guerreiro-mágico, mudanças, magia, o céu.
    Gwynn Ap Nudd / Gwin-ap-Neethe (País de Gales) - Rei das Fadas.
    Gwythyr / Gwe-theer (País de Gales) - Deus, contrário de Gwynn ap Nudd. Rei do mundo superior.
    Herne, o Caçador (Todas as regiões celtas) - Igual à Cernunnos, Homem Verde, Senhor da Caça selvagem. O lado ativo, masculino de natureza. Pai da Terra, dos animais selvagens, fertlidade, desejo, amor físico, agricultura, bandos. Deus Cornífero, o Deus amante da Deusa Mãe.
    Llyr / Thleer / Lir (Irlanda e País de Gales) - Deus do oceano e água.
    Lugh / Loog (Irlanda) - Deus das habilidades. Druída médico, magia, reencarnação, relâmpago, água, artes manuais, poetas, músicos, historiadores, iniciações, profecia. Conhecido como o Deus Sol Celta.
    Macha / Maax-ah (Irlanda) - Deusa protetora nos estados de guerra, deusa da força física pura, sexualidade, fertilidade, domínio acima dos homens.
    Manannan Mac Lir / Mannan-awn maliklir ( Irlanda e País de Gales) - Deusa do oceano, navegantes, das tempestades, fertilidade, artes, renascimento.
    Margawse (País de Gales) - Aspecto da Deusa Mãe.
    Merlin (País de Gales e Grã-Bretanha) - Deus, Druída, mágicko das ervas, da natureza, proteção, profecia, dons psíquicos rituais encantamentos.
    Morrigan / Morgana/ Moor-rig-oo (País de Gales, Irlanda, Grã-Bretanha) - Deusa suprema, patrona das sacerdotizas, sacerdotes e bruxas.
    Nuada / Nudd (País de Gales e Irlanda) - Deus parecido com Netuno, Deus das águas, oceanos, pesca e sol.
    Ogma / Ogmios (Irlanda) - Deus parecido com Netuno.
    Rhiannon / Hri-um-não (País de Gales) - A Grande Rainha, Deusa dos pássaros e cavalos, dos encantos eda fertilidade.
    Scathach / Scatha (Irlanda) - Patrona da destuição dos ferreiros, magia, profecia.
    Taliesin / Tal-eu-ess-em (País de Gales) - Deus poeta, da sabedoria, mago, música, conhecimento.
    Todos os Deuses são um Deus e todas as Deusas uma Deusa!
    *********

    Avalon
    Em Avalon existiam cinco faces da Deusa com que as sacerdotisas trabalhavam, embora várias delas continuaram a venerar as Deusas de suas terras junto com essas cinco Matronas. Nós achamos vestígios delas nos registros escritos posteriores dos celtas e por causa de muitas das lendas terem sido escritas depois da Nova religião ter se firmado e tomado conta da Grã-Bretanha,devemos olhar além das antigas verdades ocultas nelas.
    De fontes como o Mabinogion e os poemas de Taliesin, damos início a nossa busca pelas Deusas de Avalon...
    Vir a conhecê-las é um processo para toda a vida - essa resumida compilação visa servir como introdução à informação não está de maneira nenhum completa, mas serviria como um indicador para direcionar o estudante em seu caminho.
    *********
    Blodeuwedd

    Nove poderes de nove flores,
    Nove poderes em mim combinados;
    Nove botões de plantas e árvores...
    Longos e brancos são meus dedos,
    Como a nona onda do mar.
    Hanes Taliesin


    Blodeuwedd é a Deusa virgem galesa, reverenciada em Avalon como a Deusa dos novos começos, independência e capacidade. A história que o patriarcado tem para contar de Blodeuwedd pode ser achada no trecho do Mabinogion chamado de Math, son of Mathonwy (Math, filho de Mathonwy).
    Ela é feita de nove flores pelos grandes magos Math e Gwydion,para ser a noiva de Llew, o Deus Sol Gales. Ela escolhe outro amante, que tenta assassinar seu marido, mas Liew, porém, se transformou em uma águia. Llew foi encontrado e trazido de volta a sua forma original por Gwydion, que transformou Blodeuwedd em uma coruja em como punição. Existem muito mais nessa história do que os olhos podem ver...observe além do que está escrito e verás a verdade.
    O nome Blodeuwedd significa “Rosto de Flor”, que se refere a suas origens nas flores, assim como sua associação com a coruja...que no País de Gales, ainda traz seu nome: Blodeuwedd.
    *********
    Arianrhod

    A Deusa Arianrhod, é uma das faces da Deusa Mãe em Avalon. Ela era a mãe de Llew ( Deus Sol Gales) e Dylan (Deus do Mar). Seu nome literalmente significa “Roda Prateada”, e sua morada, Caer Arianrhod, nada mais é do que a Via Láctea.
    Ela é retratada em Math, son of Manthonwy, e novamente devemos olhar além do que sua lenda conta. Ela é chamada a corte de Math por seu irmão Gwydion, é convocada a ser “Math’s Footholder” (algo como: A que segurava o pé de Math – isso é estranho mesmo). Para realizar essa tarefa, ela deveria provar sua virgindade, pois Math, exceto durante a guerra,si poderia viver se mantivesse seus pés no ventre de uma virgem. Pede-se que ela pise na varinha de Gwydion para verificar se ela de fato era virgem. Ela pisa sobre a varinha, e imediatamente da á luz a seus dois filhos. Dylan rasteja-se e escapa para o mar, enquanto a outra criança é capturada por Gwydion. A furiosa Arianrhod jura a seu irmão que a criança em seus braços nunca terá um nome, nunca empunhará uma espada e nunca possuirá uma mulher da Terra – e que essas coisas só poderiam ser concedidas pela mãe da criança. Com o passar do tempo, através de mentiras, Gwydion consegue enganar Arianrhod, e da um nome e arma á seu filho, mas apenas com a criação de Blodeuwedd que o jovem Llew pode ter uma esposa.
    Arianrhod é a representação da Mãe que é sempre virgem...aquela que dá à luz, ainda que não pertença a homem algum. De seu trono astral, ela coloca tarefas a nossa frente enquanto a Roda da nossa vida vai girando...
    *********
    Rhiannon

    E os pássaros de Rhiannon...
    Cantavam para Eles do outro mundo,
    Trazendo a eles a alegria...
    O Mabinogion
    A Deusa Rhiannon “A Grande Rainha”, e outra face da mãe. Ela que a égua branca, a rainha do outro mundo, cujos pássaros poderiam confortar as almas dos mais perturbados mortais. Ela é a mãe educadora, devota a seus filhos, que amavelmente nos ensina que devemos aprender as lições a nossa frente.
    Rhiannon aparece em dois trechos do Mabinogion, Pwyll, Prince of Dyfed (príncipe de Dyfed) e Manawyddan, son of Llyr (Mnawyddan, filho de Llyr).
    Como e dito nessas histórias, ela entende miséria e dor, separação e perda, mas sempre embora ela tenha sido enganada seu amor era implacável, e sua dignidade inabalável. Conhecida também como Épona pelos gauleses, e Macha para os irlandeses (Tanto Épona como Macha, assim como a própria Rhiannon são associadas com cavalos). Essa querida Deusa e a Grande Rainha Mãe dos Celtas.
    *********
    Cerridwen


    Eu obtive minha inspiração,
    Do caldeirão de Cerridwen.
    Hanes Taliesin


    Cerridwen, a porca branca (as comparações aos animais não tem de maneira alguma uma finalidade ofensiva), e reverenciada em Avalon como a Deusa Anciã – Ela que é a escuridão da Lua, cujo caldeirão devemos adentrar para renascer. Ela é a lavadeira no rio, a feiticeira, a Cailleach, aqueles que não a entendem, temem-na, ainda que o grande Bardo Taliesin recebeu seu dom, entretanto, em um período de testes desse aspecto da Deusa.
    Certa vez, um jovem servo chamado Gwion roubou três gotas de uma poção que Cerridwen estava preparando para seu filho Avagdu. Com essa poção, obtinha-se otdo o conhecimento, e sabendo que ela iria puni-lo, ele fugiu da furiosa Deusa.
    Uma perseguição repleta de mudanças de forma teve inicio, até que finalmente Gwion, na forma de um grão, se escondeu no chão na dispensa. Cerridwen transformou-se em uma galinha e comeu o grão consumido por sua vez Gwion. Nove meses depois, Taliesin, o Bardo, emegiu de seu útero, e Ela jogou-o no mar em Samhain, onde ele foi encontrado numa rede de pescar.
    *********
    Branwen

    E Ela foi uma das três Matriarcais nessa ilha
    linda donzela no mundo Ela era!
    O Mabinigion

    Incrível Branwen, a personificação da soberana, e a Deusa Suprema de Avalon. Apesar de haver um capítulo inteiro do Mabinogion que carrega seu nome, Brawen (filha de Llyr) – o único capítulo nomeado para uma mulher, a história apenas mostra a importância e o domínio dessa Deusa.
    Significado “Corvo Branco”, a irmã de Bran, o abençoado (Bran the Blessed).
    Se torna Rainha da Irlanda e é extremamente maltratada por seu marido.
    Enviando estorninhos (se não me falha a memória é uma espécie de pássaro),
    Que ela mesma treinou, ela chama seu irmão, que era Rei da Ilha da Bretanha, para socorre-la. Depois das batalhas do aparecimento do Caldeirão da Abundância, que restaura a vida, e a decapitação de seu irmão.
    Branwen retorna para a Bretanha onde Ela morre de tristeza por tanta morte e destruição.
    Ela é muito preocupada com a prosperidade de seu Reino, e é uma Deusa muito profunda e complexa.

    Essas cinco Deusas são muito mais do que os escritores dizem delas. Quando suas lendas foram finalmente, elas já tinham sido reduzidas em tamanho – elas não eram mais Deusas, mas sim mulheres mortais, rainhas, criações de magos, e pertencentes ao folclore das fadas. O patriarcado não foi bondoso com elas também, pois suas histórias são contadas mais em relação aos homens em suas vidas.
    Procure pelo que está escrito, mas olhe além das palavras. Esses são os símbolos a serem explorados, atributos a serem compreendidos, e se você pesquisar profundamente...as Deusas por Elas mesmas irão revelar suas verdadeiras histórias para você...
    Outras Deusas que possuem relações com Avalon são: Brigit, Anu, Danu, Morgan, e outras incontáveis Deusas locais trazidas a Ilha pelas mulheres que eram treinadas como sacerdotisas. Existem aqueles que dizem que as mulheres eram trazidas de todas as ilhas brit6anicas, das terras Célticas continentais, e até de lugares distantes como Grécia para estudar em Avalon. Seguramente, elas traziam suas tradições locais para a Ilha.
    É conhecido por nós então que essas cinco – Blodeuwedd, Arianrhod, Rhiannon, Cerridwen e Branwen, são as guardiãs da Ilha Sagrada de Avalon
    posted by iSygrun Woelundr @ 4:32 PM   0 comments
    livro on line: CELTAS, MITOLOGIA E POVO - A MITOLOGIA CELTA
    § Quem são os celtas
    § Fontes
    § As crenças primitivas
    § Os Druidas
    § Lugares de culto
    § A vida pós-morte
    § Deuses e mitologia
    § Bibliografia

    Quem são os celtas
    Não formavam uma tribo única, e sim grupos bastante diferenciados. Os bretões ou kimrys ocuparam a Bretanha francesa e o País de Gales; os gálatas Asia Menor; os gauleses, grande parte do que hoje é a França. Os germânicos lhes fizeram uma guerra de extermínio: os boios, uma de sus tribos, que ocupavam o que é atualmente a Boêmia, lhe lhe deram seu nome, foram suprimidos pelos germânicos de maneira tão radical que os autores clássicos famaram do "desertum boiorum", o território osem população. Assim, não se pode falar de uma “raça celta” e sim diversos povos de diferentes origens que compartilhavam certas características. Alguns traços comuns de língua, instituições sociais e religiosas e, em geral, formas de vida, permitem considerar a idéia de um “povo celta”.
    Até o término do século 5 a.C., os celtas da Europa oriental ou cultura de "Halistatt", extraiam ferro para fabricação de armas e ferramentas, no tempo que se estendiam por todo o continente, chegando à França e passando à Peninsula Ibérica, como afirmam os primeiros historiadores gregos. Para muitos "La Tene" representa a primeira cultura que se pode chamar propriamente de celta. Os gregos distinguiam entre estes celtas orientais, aos quais chamaram Galatoi e os do oeste da Europa, denominados "Keltoi". Os romanos especificavam mais, e chamam "Galli" (gauleses) aos celtas de França; aos das Ilhas Britânicas, chamaram de duas formas: "Britanni" (britânicos) e "Belgue" (originários de Bélgica).
    Compartilhavam uma cultura e costumes religiosos e sociais, tinham uma língua e tradições artísticas comuns. Estavam divididos em tribos aristocráticas governadas por chefes militares empenhados em continuas lutas internas. As enormes distâncias que separavam umas tribos das outras debilitaram a comunicação e favoreciam a desintegração. Ao final do século 3 a.C., a influência dos celtas na Europa estava em declive. Não transcorreu muito tempo antes que fossem ameaçados em várias frentes pelos germanos, dácios e romanos. Um século mais tarde, apenas uma parte do vasto território seguia sob seu controle. Somente a Galia e as Ilhas Britânicas conservavam sua independência e identidade.
    No século 1 a.C., Galia foi invadida pelo imperador Júlio César e incorporada ao Império Romano. A Grã Bretanha foi rebatizada com o nome de Britania. Os celtas formavam uma sociedade militar governada por valentes reis e rainhas guerreiros. Além de magníficos guerreiros, os celtas foram excelentes camponeses. Basearam sua economia num amplo comércio a aprenderam de gregos e romanos como cunhar moedas.
    Todo este tempo, a Irlanda celta, livre de qualquer intento invasor, tinha desfrutado de uma paz e independência quase absolutas. Como resultado deste clima de tranqüilidade, sua cultura, tradições e língua (que os lingüistas chamam "goidelic") e que em sua forma moderna se conhece como “gaélico”, puderam sobreviver muito mais tempo que em qualquer outro lugar do mundo celta. Na verdade, a ordem social da Irlanda permaneceu virtualmente intacta até muito depois de a ilha se ter convertido oficialmente ao cristianismo. Por esta razão, a mitologia irlandesa tem conservado sua cultura melhor que qualquer outra mitologia celta.

    Fontes
    A falta de documentos é um dos problemas com quem tenta estudar o povo celta. Alguns possuíam escrita, porém pouco dela se conserva e a literatura apenas foi transmitida na forma de tradição oral que se altera facilmente e morre facilmente. Além disso, os sacerdotes celtas resistiam, por razões espirituais, a consignar por escrito qualquer coisa referente à religião. Há pequenas inscrições na Gália, escritas em lado, e que dão apenas uma informação indireta.
    Mais importância há nos relatos de autores clássicos, gregos e romanos, especialmente Júlio César. São parciais, referentes às províncias romanas habitadas por celtas, ou relativos às guerras com eles mantidas. Naturalmente, pouco falam sobre as épocas mais remotas, não tendo caráter científico nem historiográfico referente à religião, destacando-se apenas o que é de importância para o desenvolvimento de operações militares ou da colonização. Além disso, os historiadores viam com maus olhos os celtas, empenhando-se sempre em destacar o seu próprio ponto de vista.
    Outras noticias indiretas nos chegam pelos autores medievais: escritos de bispos que citam superstições, ao combater os restos da antiga religião pagã; lendas e tradições, muito deformadas, que sobreviveram na literatura popular e que se supõe tenham inspirado os ciclos de gesta medieval, como o rei Artur.
    Os mitos celtas se conservaram através de duas tradições principais: alguns foram recolhidos por monges cristãos e fixados por escrito, outros se mantiveram vivos nas tradições orais folclóricas e sobreviveram até hoje. A literatura gaélica, baseada inteiramente na oralidade, desapareceu com o idioma. Julio Cesar escreveu que os druidas da Gália consideravam inadequado colocar por escrito seu conhecimento. Em consequência, sua mitologia se perdeu para sempre.
    Ao final do século 6 d.C., começou-se a registrar por escrito a literatura celta, porém de todos os manuscritos anteriores ao ano 1100 restaram apenas fragmentos. O mais importante da tradição irlandesa é o chamado "Livro da Vaca Parda". Seu “transcritor" (seria incorreto dizer "autor") foi um tal Maelmari, de quem sabemos ter sido assassinado na catedral de Clonmacnois no ano de 1106, durante uma incursão viking. O titulo se origina de um manuscrito anterior do século 7, que São Ciaran tinha escrito utilizando como base a pele de sua vaca.
    A literatura irlandesa tem como base os feitos de seus heróis guerreiros. As guerras tribais, o valor e a fortaleza individual são os grandes temas desta tradição. Os personagens heróicos eram modelos de conduta para os jovens guerreiros. Podemos dividi-los em três grandes grupos: histórias miscelâneas relacionadas com os reinados de alguns monarcas, o ciclo dos Ulaidh (literalmente "Ulstermen": homens del Ulster), e por último, o ciclo de Fionn mac Cumhaill e os bandos de guerreiros conhecidos como “fiana". Além desta coleção de contos variados, os celtas produziram um bom número de obras pseudo-históricas. Entre elas o "Leabhar Gabhála Eireann", o "Livro da conquista de Irlanda", comumente chamado "Livro das invasões", que descreve as diferentes invasões que a Irlanda sofreu antes da "grande avalanche".
    Os celtas da Grã-Bretanha herdaram também uma rica tradição mitológica, que também é escassamente documentada. A mitologia da Grã Bretanha se conhece sobretudo graças a uma coleção de lendas chamada "Mabinogion", titulo que Lady Charlotte Guest deu em 1849 a sua tradução ao inglês da coleção de onze relatos gaélicos conservados em antigos manuscritos; estes manuscritos são: o Livro Branco de Rhydderch (em torno de 1300-1325) e o Livro Vermelho de Hergest (entre 1375-1425). ''Mabinogion'' significa, em sentido geral, “conto da infância", e em si não é mais que um relato mitológico sobre a concepção, nascimento e primeiros passos do herói celta.
    As crenças primitivas
    Como a maioria dos outros povos, os celtas primitivos eram animistas, dedicavam sua adoração aos espíritos da natureza, do mar, dos rios, montanhas, etc. A adoração desses espíritos prevaleceu ainda muito tempo depois de haver se desenvolvido culto de divindades pessoais e, de uma forma ou de outra, continuou em cena, mesmo depois do advento do cristianismo.
    Na Irlanda, certas árvores, como carvalho e o fresno, eram considerados com reverência, em especial alguns que cresciam junto aos poços sagrados e cujo corte era proibido. Uma certa árvore é descrita como um «deus firme e forte», e a destruição por uma tribo hostil era vista com terror.
    As árvores encarnavam o espírito da vegetação e acabaram sendo honradas como deidades. Se uma árvore crescia sobre uma tumba, acreditava-se representar o espírito do morto. Toda árvore que crescia junto a um poço sagrado, era sagrada também. .As águas - rios, lagos e poços— eram sagradas e tinham caráter divino ou serviam de morada a uma divindade. Muitos rios eram consideravam sagrados por constituir a morada de um espírito ou deusa e, ainda que não tão freqüentemente, de um deus. Nem todos os espíritos das águas eram benéficos. A natureza, às vezes era favorável, outras, hostil.
    Na Irlanda se prestava juramento em nome de diversos entes da natureza, entre eles a lua, e tais fenômenos naturais sofriam se tal juramento não fosse cumprido. As atividades agrícolas começavam com a lua minguante para estimular o crescimento das colheitas. Em algumas regiões foram encontradas provas de que se celebravam festejos durante a lua nova.
    A adoração aos animais, que mais tarde originou divindades com formas e atributos animais, é universal e também é vista entre os celtas. O javali aparece em muitas insígnias e sua imagem é vista em moedas. O urso era também uma besta sagrada, e seu nome de arlos surge com freqüência em denominações de lugares como Arto-dunum ou Artobranos. Também se adorou o cavalo, que aparece como símbolo em muitas moedas. Adorava-se também a serpente, como em muitas outras partes do mundo. A serpente estava relacionada com o mundo inferior e, às vezes, era representada junto a um deus chifrudo, que poderia ser Cernunnos, a divindade do mundo inferior. O carneiro estava relacionado com a adoração dos mortos, e com freqüência se encontram estatuetas suas nas tumbas da Galia.

    Os Druidas
    Os Druidas eram os sacerdotes e magos, mestres e juízes. Desde o início da história celta foram uma classe educada e respeitada por sua sabedoria e conhecedores de seus próprios poderes como intermediários entre as tribos e os deuses.
    Estes homens eram conhecidos como druidas (palavra que originalmente deriva de um termo para "o conhecimento do cedro" ou "profundos conhecimentos").
    Os druidas formavam uma classe privilegiada, isentos de impostos e serviço militar, isso atraía grande número de jovens, que buscavam iniciação na ordem, Houve três categorias desses sábios: os bardos, que imortalizavam a história e as tradições da tribo; os auguristas, que faziam os sacrifícios e adivinhavam o futuro; e os druidas propriamente ditos, que conheciam as leis e a filosofia, conservavam a antiga sabedoria celta.
    Os bardos adquiriam seu conhecimento pela tradição oral e reconstruindo as genealogias de seu povo, compunham versos para seus chefes e outros aristocratas. As escolas bárdicas, onde se ensinavam essas artes, floresceram na Irlanda ao final do século 7.
    As atividades jurídicas dos druidas eram de vital importância na sociedade celta. Todos com jurisdição própria, intermediavam disputas individuais, homicídios e pleitos sobre limites territoriais e heranças. Suas decisões eram indiscutíveis.
    Os druidas eram filósofos da sociedade. Eles estudavam os movimentos dos grandes corpos, a astronomia, o tamanho do universo e da terra, os poderes e as habilidades dos deuses. Outro aspecto importante era seu estudo sobre a vida depois da morte. Eles pensavam que a alma não perecia, porém depois da morte, passava de um corpo a outro. Isto influiu em sua grande valentia na hora do combate.
    Em todos os lugares do mundo celta, a sabedoria. a literatura e a religião estavam em mãos de um sistema altamente organizado que descansava em três principais classes: os druidas, os bardos e, entre estas duas, uma terceira ordem de adivinhos, conhecidos como "vates" na Galia e "filidhs" na tradição irlandesa. O posto mais alto era ocupado pelos druidas, considerados semidivinos. Eles dirigiam o sistema educacional, faziam cumprir as decisões legais e oficiavam as cerimônias religiosas.
    Os celtas foram um povo profundamente religioso, e adoravam uma numerosa coorte de deuses e deusas. Seus rituais religiosos tinham papel primordial na consolidação do poder dos druidas e na manutenção da hierarquia social entre os diferentes chefes e tribos. Os "vates" desempenhavam muitas das funções dos druidas e, em alguns aspectos, constituíam uma subordem dentro do primeiro escalão hierárquico. A literatura era competência dos bardos, ao que parece, tão respeitados quanto os próprios druidas.
    A maior parte das historias dos bardos se perdeu pela simples razão que não de preocupavam em escrevê-las. Confiavam na memória da tradição oral.
    Lugares de culto
    Os primeiros livros medievais que dão normas de conduta revelam que muitas das crenças e costumes pagãos eram vivos no povo. Uma delas fixa a multa que deverá pagar todo aquele que faça oferendas votivas a fontes, árvores ou bosques sagrados (lucos). Outro, o Indiculus superstitionum, da o nome celta destes bosques sagrados, nimidos. Este nome vale por nemeta, plural de nemeton, que significa lugar ou bosque sagrado.
    Há poucas dúvidas de que, entre os celtas, os primeiros lugares de culto foram os bosques, alguns dos quais continuaram sendo sagrados ainda depois de se terem construído templos neles. Nos templos devia haver um símbolo, ou imagem do deus que ali se adorava e um altar. César fala de “um lugar consagrado”, onde os druidas se reuniam anualmente, e de «lugares consagrados» nos quais se amontoavam os despojos da vitória, provavelmente porque os ofereciam aos deuses.
    Apesar de poucas alusões a templos gauleses pré-romanos, há provas de sua existência; porém, mais que edifícios de pedra, foram de madeira e muito simples. A arquitetura era parecida com a de templos romanos, e continham também imagens das divindades a que estavam consagrados.
    A vida pós-morte
    Os celtas tiveram idéias sobre a sobrevivência da alma e seu destino no mais além, porém a falta de textos claros e amplos, a falta de unidade, a expansão enorme na geografia e no tempo do que chamamos celta, e a complexidade de seus protagonistas, torna difícil traçar um esquema claro de suas idéias além túmulo.
    Igual a outros povos, os celtas acreditavam ser necessário prover o morto com bens sepulcrais – utensílios, ornamentos, armas— que seriam usados na vida futura. Nas tumbas se realizavam até sacrifícios humanos, pois o morto devia seguir possuindo seus escravos e mulheres.
    Onde se situava o outro mundo celta? O único documento explícito e extenso é o chamado «ciclo do mais além», conjunto de tradições tardias, referidas exclusivamente a Irlanda. Alguns deuses abandonaram o solo da ilha e se retiraram a um país chamado Mag Meld, além dos mares de Ocidente. Ali os minutos são séculos e as pessoas não envelhecem, por isso é chamado de Tir nao Og ou Terra da Juventude.
    Este Elíseos celta recebeu na Grã-Bretanha o nome de Avalon. Os prados estão cobertos pelas flores de uma eterna primavera e o caudal dos rios está formado por doce hidromel. Festins e batalhas são os passatempos dos guerreiros que habitam aquele lugar maravilhoso, e têm por companheiras mulheres de extrema beleza. É uma região subterrânea governada por uma divindade benéfica, onde o morto leva uma existência agradável. Não eram fantasmas melancólicos que habitavam uma região sombria, e sim almas dotadas de corpos que lhes permitiam gozar dos bens da vida do além.
    As crenças religiosas, especialmente as relacionadas com a vida futura, conseguiram que os celtas fossem valentes, despreocupando-se com o medo da morte.
    Deuses e mitologia
    Os celtas adoravam uma ampla coorte de deuses e deusas. Apesar de conhecermos o nome de várias deidades celtas, sua origem é imprecisa. A principal fonte de informação sobre os deuses celtas insulares são os ciclos do Ulster e o Mabinoglon.
    Também encontramos valiosa informação sobre a mitologia destes povos na obra pseudo-histórica "Livro das Invasões", versão escrita no século 12 onde há uma explicação mitológica das origens do povo irlandês.
    (Estamos atualizando e aperfeiçoando aos poucos esta secção).
    Deuses
    Amaethon
    Na mitologia celta, filho de Don e deus da agricultura.
    Araste
    Na mitologia britânica uma deusa guerreira. Ela era invocada pela rainha Boudicca quando esta se revoltou contra os invasores romanos.
    Angus Og
    Na mitologia irlandesa, deus do amor e beleza.
    Annwn
    Na mitologia britânica, é o Outro Mundo.
    Arduina
    Na mitologia celta, deusa das florestas, vida selvagem, caça e lua.
    Argetlam
    ver Nuada
    Arianrhod
    Na mitologia galesa celta, Arianrhod ou Arianrod (Roda-Prateada ou Círculo de Prata) era a virgem branca, deusa do nascimento, iniciação, morte e renascimento. Faz o circulo do paraíso. Irmã e esposa de Gwydion.
    Arianrod
    Ver "Arianrhod
    Aywell
    Na mitologia celta protetor dos povos independentes do norte inglês. Marido de Mm.
    Badb
    Na mitologia irlandesa, Badb era uma das formas gigantes de Morrigan. Ela era sufficientemente alta para colocar um pé em cada lado de um rio.
    Balor
    Na mitologia celta, era um rei demônio, deus da morte. Ele governava os Fomori, demônios que viviam na impenetrável escuridão das profundezas do mar e em lagos e poços negros. Foi morto por seu filho Lug, com um tiro de estilingue.
    Banelae
    No folclore gaélico, é um espírito feminino cujos lamentos no lado de fora de uma casa prenunciam a morte de um de seus habitantes.
    Bebhionn
    Na mitologia celta, Bebhionm era uma giganta que vivia na costa oeste, conhecida por sua beleza e sedução.
    Bel
    Bel (Belenos) era o deus celta da luz.
    Beltane
    Beltane é o festival celta do deus da luz. É comemorado em 1o de maio, sendo o equivalente na primavera do halloween. É comemorado com danças e fogueiras.
    Bladud
    Na mitologia inglesa, pai do rei Lear e considera-se ter encontrado Bath, sendo curado por suas águas.
    Blodeuwedd
    Na mitologia celta, esposa de Lleu. Foi criada por Gwydion e Math dos ramos floridos de carvalhos e grama doce, sendo presenteada a Lleu como noiva.
    Bran
    Na mitologia celta Bran era a gigante que tinha prazer em batalhas e carnigicinas. Era filho de Lir (ou Llyr) e uma mulher mortal. Levou os gigantes de Gales para a invadir a Irlanda, sendo morto por uma flecha envenenada.
    Branwen
    Na mitologia celta, é a deusa do amor. Gilha de Llyr.
    Brighid
    Na mitologia gaélica, Brighid (Brigit) era a deusa da metalurgia, dos ferreiros, inspiração poética e terapia.
    Brigit
    ver "Brighid
    Brownie
    Um espírito do folclore popular irlandês. Eram duendes marrons que viviam nas casas e, se bem tratados, auxiliavam seus ocupantes com as tarefas domésticas enquano estes dormiam.
    Camulus
    Na mitologia celta inglesa, era deus de guerra, identificado pelos romandos com Marte. Deu seu nome à cidade de Camulodunum, agora chamada Colchester.
    Cernunnos
    Na mitologia celta, deus do submundo e dos animais. Era representado como um homem portando chifres de cervo.
    Cerridwen
    Na mitologia galesa, deusa da escuridão e dos poderes proféticos. Ela é a guardiã do caldeirão do submundo, no qual a inspiração e o conhecimento divino são fermentados.
    Cian
    Na mitologia celta, Cian é o deus da medicina. Com He mated with Ethlin who gave birth to Lug.
    Conal Caernach
    Mítico herói do reino irlandês de Uladh. Es filho do poeta Amhairghin e da filha do druida Cathbad, o que lhe dá uma situação privilegiada na sociedade do reino. Era irmão e tutot do herói Cú Chulainn, herói de Ulster, a quem acompanha sempre em suas aventuras. Quando pequenos, juraram que se um dos dois fosse assassinado, o outro se vingaria. Quando a rainha Medb invadiu Ulster, Cú Chulainn enfrentou seu exército sozinho, porém estava condenado à derrota por ter ofendido Morrigan, deusa da guerra. Após matá-lo e cortar-lhe a cabeça e a mão direita,os guerreiros do Ulster se alarmaram ao saber o desejo de vingança de Conal: muitos abandonaram a rainha Medb enquanto ele exterminava os autores da morte de seu irmão. Conal assolou a Irlanda castigando um por um os aliados da rainha Medb. Por esta razão obteve seu título, Caernach ("o Vitorioso").
    Conchobar Mac Nessa
    Rei do poderoso reino de Uladh (Ulster), ao norte da ilha de Irlanda. Figura representativa do caráter sagrado da realeza irlandesa e personificação do reino. Como protetor, pacificador, árbitro e juiz supremo, garante a prosperidade do reino. Ainda estava casado quando se enamorou perdidamente por Deirdre, filha de um chefe de Ulster. No momento de seu nascimento, um druida predisse que seria a mulher mais bela da Irlanda, mas também seria a causa da morte e destruição que assolaria o país. Quando Deirdre cresceu, Conchobar já era velho, assim que o rechaçou e teve um caso com um jovem guerreiro chamado Naoise, o rei não deixou de amá-la e fez com que assassinassem Naoise, casando-se mais tarde com Deidre. Ela, desesperada, suicidou-se, jogando-se de um carro em marcha.Fergus Mac Roth, aborrecido com o comportamiento de Conchobar, passou-se para o lado dos inimidos de Ulster e começou uma guerra. Conchobar morreu por magia, um projétil feito com Conal com o cérebro de um rei de Leinster assassinado, que se alojou em seu crânio. Os médicos aconselharam ao rei repouso e tranquilidade, porém anos mais tarde sofreu um acesso de fúria e, em conseqüência, o projétil mágico o matou.
    Cordelia
    Na mitologia galesa-celta, filha de Llyr. Ela tem dois amantes, Gwynn e Gwythr, que lutam por ela no dia 1o de maio de cada ano e continuarão lutando até o dia do juízo, quando um deles será vitorioso e casará com ela.
    Creidhne
    Na mitologia celta, deus dos trabalhos em metal.
    Creurdilad
    Na mitologia celta, filha de Lludd e amante de Gwyn ap Nudd e Gwyrthur ap Greidawl. Sua mitologia é a mesma de Cordélia, com mudança no nome dos amantes.
    Cuchulain
    Herói celta, figura central de um ciclo de lendas irlandesas. Ele é associado com seu tio Conchobar, rei de Ulster; seus feitos heróicos famosos são descritos no Livro da Vaca Parda.
    Cuchulinn
    Na mitologia celta, Cuchulinn é um rei herói de Ulster e filho de Lugh.
    Cuculain
    Na mitologia celta, apelido de Setanta, o guerreiro filho de Dechtire e Lug. Ele ganhou este nome quando matou o cão de guarda do ferreiro Culain e concordou em guardar os campos de Culain por um ano enquanto um substituto era treinado para o trabalho.
    Cú Roi
    Herói mitológico irlandês do Ciclo do Uladh. Habitante do mundo de além túmulo, onde possui uma fortaleza acessível só no Samhain e cuja entrada é capaz de ocultar ao resto dos mortais. É capaz de transformar sua aparência em forma de sombra, monstro ou peixe. É um juiz de grande prestígio entre os heróis do Uladh. No relato conhecido como o Festim de Bricriu, quando vários guerreiros buscam seu destaque sobre os demais, Cú Chulainn viaja ao mundo do além túmulo, em busca do reconhecimento de Cú Roi. Este, por meio de sucessivas transformações, faz testes mas é sempre derrotado pelo campeão do Ulster, não tem mais remédio que reconhecer a sua primazia entre os heróis. É também um personagem relacionado com o mundo da morte; em sua sinistra fortaleza, os muros são rematados com filas de cabeças cortadas. Em alguns relatos é conhecido como “O homem do manto cinza” e é descrito portando um caldeirão, símbolo da ressurreição. Cú Roi morre traido pela própria mulher, nas mãos de Cú Chulainn, a quem havia humilhado. Como personagem con características divinas, só podia morrer por sua própria espada; Cú Chulainn a utiliza para matar um salmão onde, segundo a tradição, se achava a alma de Cú Roi. Segundo outra versão, simplesmente morreu afogado.
    Dagda
    "O Deus Bom." Deus da fertilidade, abundância, terra. Senhor da vida e da morte.
    Deirdre
    Na mitologia celta, era a bela noiva prometida de Conchobar. Ela fugiu com Noísi, e morreu de tristeza quando Conchobar matou-o e a seus irmãos.
    Diancecht
    Na mitologia irlandesa, deus da cura.
    Dis
    Na mitologia gaulesa, era o deus da morte do qual todos os gauleses descendiam.
    Druantia
    Na mitologia britânica, Druantia era a deusa druida do nascimento, sabedoria, morte e metempsicose. É a mãe do alfabeto das árvores irlandês.
    Dylan
    Na mitologia celta, deus da escuridão, um dos filhos gêmeos de Gwydion e Arianrhod. Ele era um deus do mar.
    Elaine
    Na mitologia celta, Elaine (Lily-Maid) era a deusa virgem da beleza e da lua.
    Epona
    Divinidade dos cavalos e as mulas na mitologia gala, que passou a a religião celto-irlandesa con o nome de Edain, cujo culto era um dos mais estendidos em todo o território europeu, desde Roma até o Danubio, cuja importância variava segundo as regioes. Era comum representá-la sentada no lombo de um cavalo, ou de pé em meio a uma manada de cavalos e, com freqüência, é mostrada alimentando os potros. Aparece envolta em largas roupagens – um tipo de túnica enrolada na cintura, e com um diadema na cabeça. Seus atributos são um frutos e a cornucópia. É provável que, a princípio, Epona fosse vista pelos celtas como uma égua, ou possivelmente como um grande cavalo branco. Seu equivalente na mitologia galesa é Rhiannon, esposa de Pwyl, obrigada a carregar as visitas de seu marido até o interior do palacio. Converteu-se na deidade preferida da cavalaria romana, como provado nas moedas nas quais há uma deusa com cabeça de cavalo, assim como as múltiplas imagens suas que adornavam cavalariças e estábulos.
    Eriu
    Na mitologia irlandesa, deusa do destino.
    Etain
    Na mitologia celta, Etain (A Brilhante) era the tripla deusa do sol, água, cavalos, fragâncias, beleza, música e transmigração das almas.
    Ethlin
    Na mitologia celta, era filha de Balor. Balor, aterrorizado pela profecia de que seria morto pelo neto, trancou Ethlin numa torre de vidro e colocou guardas para vigiá-la. Contudo, Cian disfarçado como mulher, entrou na torre e uniu-se a ela.
    Fata-Morgana
    Na mitologia irlandesa celta, Fata-Morgana é a deusa do mar, das ilusões visuais, encantamentos, destino e morte. É a rainha das ilhas Fortunato.
    Finn MacCool
    Na mitologia celta, profeta irlandês, guerreiro e curandeiro. Ele aprendeu essas habilidades tocando a carne de Fintan ou, em outras versões, por ter bebericado o vinho divino.
    Fintan
    Na mitologia celta, o salmão da sabedoria, era um metamorfo. Foi o unico irlandês a sobreviver ao dilúvio mudando sua forma para um falcão para sobrevoar as águas e depois em salmão para nelas sobreviver. Tendo comido nozes mágicas recebeu todo o conhecimento, mas ficou preso numa rede e foi comido por Finn MacCool que acabou adquirindo seu conhecimento e seus poderes.
    Fomori
    Na mitologia celta, são demônios que vivem na escuridão impenetrável do mar, lagos e poços escuros.
    Gawain
    Na mitologia celta, era filho do rei Lot de Orkney ou do deus-sol Lug. Gawain foi um dos mais leais e nobres seguidores de Artur.
    Gedeon
    Na mitologia britânica, era uma deusa do oceano.
    Goibhniu
    Na mitologia celta, era deus dos ferreiros.
    Govannan
    Na mitologia celta, Govannan era a filho de Don e deus da metalurgia.
    Gronw Pebyr
    Na mitologia celta, Gronw Pebyr é deus da escuridão.
    Gwydion
    Na mitologia celta, era a filho de Don, um mestre da fantasia e ilusão, que ensinou aos humanos tudo que é útil e bom.
    Gwyn ap Nudd
    Na mitologia celta, Gwyn ap Nudd (Gwyn) é o senhor do submundo e mestre dos caçadores. Ele vive em Glastonbury Tor.
    Gwyrthur ap Greidawl
    Na mitologia celta, Gwyrthur ap Greidawl (Gwyrthur) é o rival de Gwyn ap Nudd na afeição de Creurdilad. Ele é um deus solar, representando o dia.
    Herne The Hunter
    No folclore inglês, Herne o Caçador é o espírito de um caçador que protege os viajantes através de Windsor. É personagem frequente dos contos de Robin Hood.
    Isolde
    Na mitologia celta e na lenda medieval, Isolda era a esposa do rei Marcos, da Cornualha, tendo sido trazida da Irlanda pelo sobrinho do rei, Tristão. Ela e Tristão acidentalmente bebem uma poção do amor dada por sua mãe para ser consumida no seu casamento, o que os torna inseparáveis amantes e, finalmente, vítimas fatais deste amor.
    Lir
    Na mitologia celta Lir (ou Lleyr ou Llyr) era o Velho Homem do Mar.
    Lleu
    Na mitologia celta, Lleu era deus da luz, irmão gêmeo de Gwydion e Arianrhod.
    Lludd
    Ver Nudd
    Llyr
    Na mitologia galesa, deus do mar e relacionado ao irlandês Lir.
    Luchtaine
    Na mitologia celta, era o deus das rodas.
    Lug
    Na mitologia celta, era o sol, deus e mestre de todas as habilidades e ofícios. Ele era filho do rei demônio Balor.
    Lugh
    Na mitologia irlandesa, era deus da luz.
    Mabon
    Na mitologia celta, Mabon era o filho da luz, comparado ao Apolo romano. Era o deus da liberdade, harmonia, música e unidade.
    Macha
    Na mitologia irlandesa, deusa de jogos atléticos, festivais e fertilidade.
    Manannan mac Lir
    Na mitologia celta, era the deus do oceano.
    Mark
    Na lenda celta, era rei da Cornualha, tio de Tristão e esposo de Isolda.
    Mm
    Na mitologia celta, Mm era the deusa do pensamento dos povos independentes do Norte.
    Morrigan
    Morrigan era a deusa celta da guerra e da morte.
    Naoise
    Na mitologia irleesa, Naoise era o amante de Deirdre. Foi morto por seu tio Conchobar.
    Nemetona
    Na mitologia celta, Nemetona era a deusa da guerra.
    Nimue
    Na mitologia celta, era uma metamorfa que amou Merlin. Após uma disputa mágica, ela capturou-o numa gota de âmbar e engoliu-o.
    Nuada
    Na mitologia celta, era deus da guerra dos escoceses equivalente ao Zeus grego, já que também era um deus supremo.
    Nudd
    Na mitologia celta, Nudd or Lludd é a filho de Beli. He era um deus do céu.
    Oberon
    No folclore inglês, é o rei dos elfos.
    Oenghus
    Na mitologia irlandesa, filho de Daghdha e Boann. É o deus do amor fatal.
    Ogmios
    Na mitologia celta, deus da força da poesia, feitiços e encantamentos.
    Ovate
    Era um tipo de druida. Seu propósito era observar e inventar. Seu trajo era verde, simbolizando o surgir da vida.
    Penardum
    Na mitologia celta, Penardum era a deusa do mar casada com Llyr.
    Rosmerta
    Na mitologia celta gaulesa, deusa do fogo, calor, prosperidade e abundância.
    Salmão da Sabedoria
    Ver "Fintan
    Sulis
    Na mitologia celta, deusa de profecia, inspiração, sabedoria e morte.
    Taranis
    Na mitologia druida, deus da roda, associado a forças de mudança.
    Tuatha De Danann
    O "povo da deusa Dana". Segundo a mitologia irlandesa, foi a última geração de deuses que governaram Irlanda antes da invasão dos filhos de Milesius, antepassados dos atuais irlandeses. Os Tuatha De Danann venceram os Fomori, violentos e monstruosos deuses marinhos, na segunda batalha de Magh Tuireadh, em grande parte graças a seus poderes mágicos. Dizia-se que tinham aprendido estas artes em quatro cidades mágicas do norte: Falias, Gorias, Finias e Murias. De cada uma delas, os De Danann levaram consigo para a Irlanda um talismã: a Pedra de Fal, que lançava um uivo forte quando o verdadeiro rei de Irlanda a pisava; a espada mágica de Nuada, o grande líder guerreiro, arma cujos golpes sempre eram mortais; a lança ou a atiradeira do deus solar Lugh que, ao matar a Balor, foi quem conseguiu a vitoria sobre os Fomori; e o caldeirão mágico de Dagda, pai de todos os deuses, que era uma vasilha de conteúdo interminável capaz de satisfazer qualquer apetite. É óbvio que os deuses conhecidos na Irlanda como Tuatha De Danann eram compartilhados por todos os povos celtas. Seus nomes aparecem nas lendas galesas e em inscripções encontradas no continente. A chegada do cristianismo não fez seu desaparecipamento na Irlanda. Fez com que os Tuatha De Danann se retirassem finalmente para mundos subterrâneos na condição qualidade de fadas. Na antiga festa celta de Samhain, que se celebrava o último dia de outubro para marcar a chegada do novo ano, se dizia que os De Danann permitiam aos mortais adentrar em seu reino.

    J.R. Andrada
    Bibliografia.
    Markale, J: Pequeno dicionario de mitologia celta. Barna 1993
    Diversos autores. El pasado legendario (mitos nódicos, celtas, egipcios). Ed. Akal
    Diversos autores. Mitos e creencias celtas. (Serie Antigas Culturas). Edimat livros.

    http://www.aradya.hpg.ig.com.br/celtas.html
    posted by iSygrun Woelundr @ 4:29 PM   1 comments
    livro on line: CELTAS, MITOLOGIA E POVO - A RELIGIÃO CELTA
    A religião Celta vem a ser uma das religiões mais interessantes da Europa,

    tendo em si elementos sofisticados e muito profundos. Esse vem a ser um

    pequeno resumo da estrutura religiosa básica Bretã:

    OIW, o Absoluto:

    Este é o nome celta do Incondicionado. Sua natureza é única, e eterna: "Ele

    é tudo o que teria podido ser, mas não será jamais. Tudo o que teria podido

    ser, e que, efetivamente foi; tudo o que teria podido ser e que é efetivamente."

    É o Ser dos Seres. Inefável, incriado, perfeito.

    Seu nome possui uma secreta pronúncia, e quem o pronuncia deve estar cônscio

    de sua força e responsabilidade. Sua pronúncia mais comum é "Oyoune".

    O conhecimento de OIW é o conhecimento de tudo, já que Ele é Tudo, dentro de

    um plano de criação chamado "GWENVED". O Homem não pode opor-se a OIW, na

    sua condição de KEUGANT, ou "mundo vazio" (o Ser Incriado, além de

    condicionamentos).

    OIW cria, e ao criar ele coloca em cada criação sua essência fundamental,

    MANRED, "germes de Luz", os átomos constituintes de tudo o que existe no

    Universo. O conjunto dos átomos em suas miríades de manifestações chama-se

    MODURANS AWDD, "o que está maduro", o Mundo.

    MODURANS AWDD foi submetido a duas forças contrárias e alternativas, cuja

    interação cria o necessário processo do vir-a-ser: MAD, o "Bem" e DROUG, o

    "Mal".

    Esta realidade dual do mundo faz surgir duas entidades emanadas ainda de

    OIW, o Absoluto incondicionado: a primeira surge da perfeição e infinitude

    daquele e é denominada "DOUE", Deus. A segunda vez a ser o desequilíbrio, o

    imperfeito chamado "CYTHRAUL".

    --------------------

    A trindade Celta é: NERZ, a força; SKIANT, a Sabedoria; KARANTEZ, o amor, a

    beleza.

    O Druidismo ou Celtismo tem como origem básica a Grã-Bretanha. O colégio dos

    Druidas era localizado em um santuário central em cada região celta:

    CHARTRES (Autricum), cidade dos Carnutos, e também BIBRACTE (Gália Celta);

    MONA, hoje Anglesey, onde os druidas resistiram até à morte a invasão romana

    (Grã-Bretanha) e TARA, capital da Irlanda Gálica.

    A ordem druida se dividida em: os Druidas, os Filósofos e Literatos e os

    Bardos (literatos e cantores) e Vates (Filid na Irlanda), poetas e

    adivinhos. A árvore sagrada para os druidas eram os Carvalhos.

    A tradição celta era, como toda tradição antiga, oral. Eles foram dizimados

    pela invasão de Roma.

    RESUMO DA TRADIÇÃO DRUIDA(baseado nas Tríades, espécie de "catecismo" Celta):

    1- Há um só SER (uma única REALIDADE), todo-poderoso, infinitamente sábio, e

    origem de tudo o que existe: OIW. (Tríades: 1-5)

    2- OIW opera a partir do universo criado, já que ele mesmo é inatingível e

    incondicionado. O que é admitido e conservado por OIW constitui KEUGANT "O

    Mundo Vazio". O que é refutado por ele constitui ANWN "O Abismo".(tríades

    6-7-8-14-83-72)

    3- OIW, dentro de sua condição Incognoscível, faz com que tudo o que seja

    ANWN evolua e melhore, alcançando fatalmente um dia a condição KEUGANT,

    evolução que, por sua natureza infinita, é eterna e sempre presente no

    universo. (Tríades 7-14)

    4- Os atributos de OIW, manifestados no Universo em diversas formas e

    condições, constituem os DEUSES, que habitam o círculo secundário de GWENVED

    "O Mundo Branco", círculo da Plenitude e único reflexo de KEUGANT acessível

    aos seres condicionados. (Tríades: 14-83-72)

    5- Tudo que é "rejeitado" em ANWN (ou seja, não pertence a uma condição

    completamente caótica), destinam-se a condição de criaturas e constituem o

    ABRED "O Mundo da Provação e da Necessidade", único reflexo SUPERIOR de

    ANWN.( Tríades: 14)

    6- Todos os seres que não pertencem à condição de DEUSES nascem no interior

    de ANWN, abismo original. Estes seres devem todos alcançar o Círculo de

    GWENVED, plenos de suas lembranças, de suas experiências passadas, apurados

    e transformados pelo jogo de superação da Ignorância.( Tríades:12-14-17)

    7- Os seres elevam-se através de sucessivas formas possíveis e imagináveis

    da Vida, desde os planos minerais, minerais-plantas, vegetais,

    vegetais-animais, animais inferiores e superiores até o Homem, encruzilhada

    de Responsabilidade e Liberdade de Consciência. Isto constitui o ABRED,

    plano da Necessidade.( Tríades:14-17)

    8- Dentro da condição do ABRED, podem os seres e sobretudo o Homem, através

    de Liberdade e Escolha e submetidos à EXPERIÊNCIA, à DOR e à MORTE

    transmutadora, por sua escolha consciente ou ignorante, elevar-se ou decair

    dentro da escala humana.( Tríades:13-17-24)

    9- Uma vez alcançado o GWENVED o Ser pode descer de novo, por vontade

    própria, ao círculo de ABRED e aí reencarnar em forma humana, com objetivo

    de adquirir novas experiências ou guiar os ignorantes à GWENVED,

    afastando-os do ABRED. Isto tantas vezes quantas quiser, sempre protegidos

    pelo ESQUECIMENTO.( Tríades:30-40)

    10- OIW sempre permanece, em meio aos acontecimentos do Universo, sempre

    inacessível ao entendimento das Criaturas, mesmo dentro do plano GWENVED.

    Eternas em duração, infinitas em suas possibilidades, são essa as

    "experiências" do SER, OIW, que, num constante VIR-A-SER, está em cada parte

    de seu Universo, ao mesmo tempo incognoscível e completamente presente.
    posted by iSygrun Woelundr @ 4:24 PM   0 comments
    livro on line: CELTAS, MITOLOGIA E POVO - A CELEBRAÇÃO DOS CICLOS NATURAIS
    por Jan Duarte


    Existem inúmeros ritos relacionados com o paganismo, de uma forma geral, e particularmente com a bruxaria. Muitos deles são bastante pessoais, ou relacionados a tradições específicas mas, de maneira geral, pode-se dizer que toda a ritualística acaba
    centrando-se na idéia de comemoração dos ciclos naturais.

    A celebração dos ciclos naturais é certamente uma das formas mais antigas de rito humano. O caráter cíclico da natureza foi reconhecido pela espécie humana há muitos milênios, e a própria sobrevivência da espécie foi relacionada a esses ciclos. Quando
    dependíamos da caça e da colheita, era vital acompanhar as manadas em seus deslocamentos sazonais, conhecer os momentos propícios para colher os frutos ou armazenar alimento. Depois, com o desenvolvimento da agricultura, o conhecimento desses ciclos passou a ser ainda mais essencial.

    A idéia de celebrar, de comemorar a passagem dos ciclos naturais, era encarada pelos nossos antepassados como uma verdadeira forma de preservá-los. Na filosofia pagã, o Homem e a Natureza são indissociáveis e, portanto, mutuamente responsáveis pela sua preservação. Celebrar os ciclos, ou os seus vários momentos, era um modo de mostrar à Natureza (e às divindades naturais) a gratidão, de expressar a alegria pelos dons recebidos e, em vários momentos, de devolver à Terra aquilo que por ela era proporcionado. Magicamente, a celebração dos ciclos naturais possuía o caráter retributivo, ou seja: ofertava-se à Natureza o fruto do trabalho, para garantir que este fruto seria sempre colhido. Que o equilíbrio natural se preservaria e o suceder das fases seria contínuo.

    Cerimônias que reverenciam os ciclos naturais são diversas, e presentes em todas as culturas. Surgem na forma de festivais de plantio e colheita, de festividades de Lua Cheia e de ritos de passagem, que marcam momentos da vida da comunidade e dos seus membros. Mas, seja qual for o caráter específico, a idéia de integração é constante. O indivíduo deve se integrar à comunidade através do rito de passagem, o que garantirá que a última terá sua sobrevivência assegurada pela preservação de seus costumes. E a comunidade se integra à Terra pelo festival sazonal, o que garante a sobrevivência da espécie e da própria Terra.
    A celebração dos ciclos encerra em si um ciclo. O adulto passa o conhecimento para o jovem, o ancião para o adulto e, no rito final do sepultamento, o conhecimento passa a fazer parte da memória coletiva da tribo, por meio da figura do ancestral.

    Dentro do neopaganismo, uma das tradições que melhor expressa a idéia do ciclo, mitologicamente, nos foi transmitida pelos povos que habitavam a Europa Ocidental pré-cristã, e está sintetizada na Roda do Ano. Como veremos adiante, embora a Roda do Ano tenha os seus similares em praticamente todo o mundo, foi esse mito em particular que acabou por influenciar toda a ritualística ocidental, ao ser absorvido e sincretizado pela cristandade.

    A Roda do Ano é basicamente formada por oito celebrações, ou festivais sazonais. Modernamente, esses festivais são chamados de sabás, por influência do trabalho de Gardner e outros, os quais por sua vez se embasaram, na década de 1950, no trabalho de Margaret Murray. Essa, no seu "The Witche's Cult in Western Europe" propôs que os sabás das bruxas, conforme descritos pela Inquisição, eram na realidade os resquícios de uma antiga religião da bruxaria, existente na Europa pré-cristã. Hoje em dia essa teoria é considerada incompleta ou simplesmente errônea, por ter se baseado principalmente em documentos da Inquisição, e assim tomar como verdade fatual confissões obtidas sob tortura. Muitos outros estudos foram feitos, igualmente, que revelaram
    por Jan Duarte.o real caráter das festividades que constituíam a Roda do Ano, mas o nome "sabá" acabou ganhando notoriedade pra designá-las, por isso continuarei a utilizá-lo, aqui.

    Os oito sabás têm duas origens distintas. Quatro deles são celebrações antiquíssimas, que remontam aos tempos em que a humanidade começou a sistematizar suas observações astronômicas, e os outros quatro, se não se pode atribuir a eles a mesma antiguidade, estão diretamente relacionados a antigos ritos celebrados pelos celtas, apesar de aparentemente remontarem ainda a seus antepassados. Paradoxalmente, esses últimos são considerados os Grandes Sabás, ao passo que os outros quatro constituem os Sabás Menores, mas o motivo para isso ficará claro mais adiante.

    Os quatro Sabás Menores são, portanto, celebrações dos equinócios (os dias do ano em que o dia e a noite têm a mesma duração) e dos solstícios (o dia mais longo e a noite mais longa do ano). Os quatro Grandes Sabás são festas que marcavam a passagem do ano celta, e eram realizadas, aproximadamente, no dia médio entre os equinócios e solstícios. De qualquer forma, a sucessão dos oito sabás e as tradições a eles associadas constituem, em seu conjunto, um mito que passaremos a narrar. Esse mito tem origem européia, e está profundamente ligado às variações sazonais daquele continente (o que discutiremos depois), mas, nesse ponto, o que nos interessa, realmente, é o seu simbolismo, e este é aplicável a qualquer lugar do planeta.

    O Mito da Roda do Ano

    O mito da Roda do Ano está centrado nas figuras do Deus e da Deusa. Estes representam os princípios fundamentais da natureza, sendo portanto deuses sem nome, ou deuses com muitos nomes, assumindo, no decorrer da narrativa, diferentes características particulares. Mas, de uma forma geral, Ela é a própria Terra, a mãe dos frutos e das dádivas naturais, enquanto Ele é o Sol, o princípio do qual a vida depende para desenvolver-se. Ela é perene, apesar de mutável, e Ele é antes mutável do que perene.

    Embora, como o próprio nome diz, a história seja cíclica, não se podendo, portanto, distinguir exatamente um início ou um fim, devemos escolher um ponto de partida. Que este seja, portanto, o final do inverno, quando, segundo o mito, tanto a Deusa quanto o Deus são pueris. A terra começa a livrar-se do peso da longa noite invernal, da estação infrutífera, ao passo que o sol, brilhando timidamente no céu, mal consegue aquecê-la. Nesse momento, tanto a Deusa quanto o Deus são crianças, frágeis como o próprio equilíbrio natural, no início de um novo ciclo.

    No próximo momento, a primavera instaura-se. O sol começa a ganhar força e calor, permanecendo por mais tempo no céu, ao passo que, na terra, as flores abrem-se, aptas à fecundação e prometendo os frutos que virão. É a estação juvenil e o tempo de fertilidade, onde o Deus e a Deusa são adolescentes, jovens prontos a se conhecerem e cheios do impulso sexual que os atrai e garante a perpetuação da natureza. Tempo de paixões, quando a bela Rainha da Primavera e o fogoso Gamo-Rei se conhecem e se apaixonam.

    O tempo passa e agora, com a proximidade do verão, as sementes estão plantadas. A terra está prenhe dos filhos do sol, e o casamento entre os dois consumou-se. No ápice do verão temos o sol pleno em sua força, e seu calor nutre e guarda seus filhos, que gestam no ventre da terra. Nesse momento o Deus é o homem maduro, o guerreiro, o provedor e o protetor, enquanto a Deusa é a futura mãe.

    À plenitude somente pode seguir-se o ocaso e, ao aproximar-se o outono, os dias tornam-se progressivamente mais curtos. As primeiras colheitas acontecem, aquelas que trarão do ventre da Deusa os frutos de consumo imediato, aqueles que alimentarão os homens.nos tempos de bonança. O Deus é o sábio e contido Rei do Azevinho, crescendo em sabedoria conforme sua força física diminui.

    Estando instalado o outono e aproximando-se o inverno, os dias encurtam-se cada vez mais. O sol brilha, a cada dia, menos tempo no céu, e seu calor diminui. A terra concede aos homens seus últimos frutos, justamente aqueles que possibilitarão a sobrevivência durante a longa noite que se avizinha. No entanto, o grande mistério revela-se aqui. A criança que gesta no útero da Deusa é o próprio Deus, que conforme perde a sua força à vista dos homens, cresce no ventre da Mãe, assegurando o eterno ciclo de morte e renascimento.

    E o auge do inverno chega. Debilitada, enfraquecida pela longa gestação, a Deusa recolhe-se às profundezas, preparando-se para parir seu filho divino. A longa noite invernal instaura-se, com a morte do Deus e, quando os dias são os mais curtos do ano, ao ocaso só pode sobrevir um novo início. Assim, a Grande Mãe, recolhida ao seu leito puerperal, dá à luz aquele que virá a ser seu consorte, e o Deus renasce como criação por ele mesmo engendrada. Um novo ciclo começará.

    O Paralelo Entre o Mito e a Natureza

    O simbolismo da Roda do Ano, adotado como o mito central da Wicca, mas na realidade encontrável, com variações, em basicamente todas as sociedades agrícolas primitivas, espelha exatamente o que se verifica no decorrer de um ano, observando-se o suceder das estações.

    No gráfico a seguir, a linha representa a variação da duração do dia, em horas, levando em conta o tempo decorrido do nascer ao pôr do sol, ao longo de um ano, na cidade de Dublin, na Irlanda. Utilizei os dados dessa cidade por dois motivos principais: o mito da Roda do Ano, na forma como o descrevemos, foi desenvolvido pelos povos que habitavam o noroeste da Europa, ou seja, na latitude média dessa cidade. Essa latitude, bastante setentrional, possibilita marcantes diferenças no tempo de duração dos dias e na passagem das estações. O outro motivo é que a Irlanda e a Inglaterra, com seus megalitos e sua mitologia, estão profundamente ligadas ao desenvolvimento e sistematização da bruxaria moderna.

    As datas consignadas no gráfico são as datas tradicionais de realização dos Sabás, no hemisfério norte, sendo que as datas dos equinócios e solstícios, que são variam ligeiramente de ano para ano, foram consideradas para o ano 2001.




    Observando o gráfico, vê-se que a história da Deusa e do Deus está aí claramente espelhada. Enquanto no solstício de inverno, ocasião do renascimento do Deus, temos apenas 7 horas e meia de luz solar durante o dia, no solstício de verão, ápice de sua força e majestade, temos 17 horas! Essa diferença marcante no tempo de duração dos dias ao longo do ano explica sem maiores comentários o motivo do mito ter se desenvolvido naquela região. Na realidade, se olharmos a curva do gráfico, poderíamos igualmente dizer que ela representa o desenvolvimento da força física e da capacidade de trabalho (falamos aqui em trabalho físico) de um homem, ao longo da sua vida. Portanto, o paralelo entre o nascimento, amadurecimento, envelhecimento e decrepitude de um deus solar está convenientemente mostrado.
    Já em países como o Brasil, situados em latitudes mais baixas, na região tropical, esta diferença na duração do dia não é tão marcante, assim como também não há uma diferenciação profunda entre as estações do ano, embora tanto um como outro fator sejam ainda sensíveis. Vejamos novamente o gráfico, agora considerando os horários de nascer e pôr do sol para Brasília:




    Antes de mais nada, é importante reparar que, embora as datas de realização dos sabás tenham se mantido como pontos fixos no gráfico, elas agora representam o inverso do que representavam no gráfico anterior. O motivo disso, é claro, é o fato da inversão das estações no hemisfério sul, em relação ao hemisfério norte. Quando aqui é verão, lá é inverno, e vice-versa. O nosso dia mais longo do ano (solstício de verão) corresponde ao dia mais curto do ano no hemisfério norte (solstício de inverno). Estou frisando esse ponto agora, pois isso será fundamental mais tarde.

    No entanto, o que se vê nos gráficos acima é que, independente da localização geográfica, o ciclo de nascimento, crescimento, decadência, morte e renascimento da natureza, repetindo-se a cada ano, segue o mesmo padrão. As datas dos Pequenos Sabás,
    situadas nos equinócios e solstícios, marcam justamente os momentos de ápice de cada estação do ano, ao passo que as datas dos Grandes Sabás, marcam os momentos iniciais de cada estação. Digo isso pois, apesar do costume ter estabelecido os solstícios e equinócios como o início de cada uma das estações do ano, o que se verifica na prática é diverso. Esses momentos são na realidade o ponto alto de cada estação. Assim, por exemplo, quando chegamos ao solstício de inverno, que é considerado o início dessa estação no calendário usual, atingimos os dias mais frios do ano (teoricamente) e os mais curtos, mas o processo de resfriamento e encurtamento dos dias já se iniciou antes, está apenas se completando. A tendência, dali por diante, é o crescimento da duração dos dias e o progressivo aquecimento, até que os dias e noites tenham a mesma duração, o que será o ápice da próxima estação, a primavera.

    Colocando datas no que acabei de dizer, para uma compreensão melhor, teríamos o seguinte: observando o primeiro gráfico, veremos que, no hemisfério norte, o período mais quente do ano e com os dias mais longos, estende-se de 1º de maio até 1º de agosto, tendo o seu auge no ponto médio desses dias, o solstício de verão, por volta de 20 de junho. O período temperado a seguir, o outono, vai de 1º de agosto até 31 de outubro. Por ser um período temperado, seu auge é justamente quando os dias e noites têm igual duração, ou seja, no equinócio, por volta de 20 de setembro. A partir de 31 de outubro o esfriamento passa a ser
    cada vez maior, estendendo-se o período frio (inverno) até o início de fevereiro e tendo seu auge novamente no solstício, por volta de 21 de dezembro.
    O que acabei de explicar está demonstrado na figura a seguir. Nessa figura, as setas partindo do centro representam a duração dos dias. Vê-se, portanto, que os quatro Grandes Sabás (Imbolc, Beltane, Lammas e Samhain) marcam exatamente o início de cada período do ano, de forma bem mais precisa do que os equinócios e solstícios (Pequenos Sabás), que representam, na realidade, o ápice de cada uma das estações.




    Os povos do norte, que desenvolveram esse simbolismo, contavam o ano de forma diversa da atual. Na realidade, para os celtas, o ano novo era comemorado justamente no 31 de outubro (Samhaim). Eis o motivo pelo qual aquelas festividades que não se baseiam nas datas dos equinócios e solstícios (o que parece incoerente segundo o nosso próprio calendário), são consideradas os sabás principais.

    Mais adiante, voltaremos a tocar nesse aspecto astronômico-sazonal das celebrações. Mas, agora, farei agora uma breve descrição da simbologia dos oito sabás, da sua relação com a história da Roda do Ano e de sua associação com o calendário civil, em especial na forma de datas sincretizadas ou absorvidas pelas festividades cristãs.


    Yule, o Solstício de Inverno


    O sabá comemorado na noite mais longa do ano é o sabá do renascimento. É interessante reparar que essa época do ano, para inúmeras religiões, está associada ao nascimento de seu Deus, de alguma forma. A verdade é que a associação do renascimento à noite mais longa do ano é bastante natural, posto que ela é o ápice da estação fria e, a partir daí, os dias começarão a alongar-se e a natureza progressivamente se revitalizará.

    No hemisfério norte, o solstício de inverno ocorre próximo ao Natal cristão. Essa data, em especial, foi uma das mais sincretizadas pela cristandade, podendo mesmo ser afirmado que a "data de nascimento" de Jesus foi convencionada para se ajustar ao solstício. Basicamente todos os símbolos associados ao Natal têm origem pagã e refletem justamente aqueles elementos naturais que permanecem vivos ao longo do inverno, ou que mantém os homens durante esse período. Assim, temos o pinheiro, que se conserva verde durante o inverno, e as frutas secas, as nozes e outros alimentos bastante calóricos e de fácil conservação.

    A celebração do Yule pode parecer dúbia, por se situar numa época do ano que incita ao recolhimento, principalmente nos lugares de clima mais frio, e ser a alegre celebração do nascimento do Deus. No entanto, deve-se ter em mente que ela é o início de uma fase de recuperação e crescimento, e é justamente isso que se saúda. Um antigo costume reza que as cinzas da fogueira acesa na noite do Yule devem ser espalhadas pelos campos, o que nos traz justamente o espírito desse sabá. O calor, simbolizado pela fogueira, está preste a retornar e, ao espalhar as cinzas dessa fogueira, a idéia é que o sol venha fertilizar a terra, na primavera
    vindoura.


    Imbolc


    Como vimos, os solstícios e equinócios marcam o auge das estações, apesar de serem atualmente considerados como o início destas. Assim, o sabá Imbolc comemora a chegada da primavera e o final do inverno. Temos ainda as noites mais longas que os dias, mas o ciclo de aquecimento, a metade clara do ano, já começou.

    O Imbolc é o festival do fogo, representando o Deus que começa a crescer e, com o seu calor, prepara a fertilidade da terra. Entre os Celtas, comemorava-se a Deusa Brigid,divindade do fogo, com procissões onde os participantes portavam tochas. Tradicionalmente, também, fazia-se (e faz-se) a limpeza ritual dos locais de culto, simbolizando que as reminiscências negativas do ciclo anterior deviam ser apagadas, para que um novo ciclo de vida instale-se.

    Em relação a este sabá, várias considerações interessantes podem ser feitas. Da deusa Brigid diz-se que teria nascido exatamente ao nascer do sol, e uma grande torre de chamas teria se elevado aos céus do topo de sua cabeça. Diz-se também que sua respiração traria nova vida para os mortos. Eis aqui claras alusões ao retorno do sol, após o inverno. É interessante
    também notar que aproximadamente nesta data os Astecas celebravam o seu ano-novo, onde vemos mais uma alusão a um período de reinícios. A alegria pelo final do inverno também transparecia nas Lupercalia romanas, que vieram depois dar origem ao Carnaval. Comemorado no hemisfério norte a 2 de fevereiro, essa data ficou marcada para a cristandade como a purificação de Maria - a idéia da limpeza ritual - e como a apresentação.de Jesus no Templo - a idéia do Deus que deixa a infância - em mais uma tradução cristã dos ritos pagãos.


    Ostara, o Equinócio de Primavera


    O sabá do equinócio de primavera tem o seu nome derivado da Deusa Eostre, deusa saxônica da fertilidade, cujos símbolos eram o ovo e o coelho. É portanto, um festival de fertilidade, um festival de plantio, onde se pediam as bênçãos para a germinação das sementes recém-plantadas.

    Pela tradição da Roda do Ano, poderia-se dizer que em Ostara anula-se de vez a imagem da Deusa como mãe e do Deus como filho. A face de mãe ou de anciã da Deusa, que prevalecia até aqui, é substituída pela face da donzela, pronta a assumir seus atributos sexuais, como a própria terra a ser semeada. O Deus por sua vez, encontra-se aqui na figura do jovem vigoroso, apesar de ainda não apresentar a plena força e maturidade. A duração igual de dias e noites, alcançada neste sabá, é mais uma noção a ser levada em conta, visto que pode ser tida como o próprio equilíbrio da natureza se restabelecendo. A partir daqui o Sol e a Terra caminharão juntos, como casal divino.

    O simbolismo do ovo e do coelho, citado, foi assimilado pelos cristãos na festa da Páscoa, perdendo parte do seu significado original. Convém lembrar, no entanto, que os cristãos celebram nesta época a ressurreição de Jesus, e que a lebre é um antigo símbolo de ressurreição. Da mesma forma, diz-se que Jesus morreu como Filho, tendo ressuscitado como Deus - o que tem um inegável paralelo com a situação descrita para o Deus pagão, que nesta época deixa de ser o filho divino da Deusa e torna-se seu futuro deus-consorte.

    Este sabá e o próximo são dos poucos que preservaram, no hemisfério sul, comemorações independentes das datas estabelecidas no hemisfério norte, fora do meio pagão. O equinócio de primavera, aqui, acontece em setembro, e existem inúmeras comemorações no Brasil nessa época que, de uma forma ou de outra, remetem a antigos ritos pagãos, como o próprio costume de eleger-se nas escolas uma Rainha da Primavera.

    Beltane


    Beltane representa a transição entre a primavera e o verão e simboliza a consumação da união sexual entre a Deusa e o Deus. Poderia-se mesmo dizer que o verão, estação da frutificação, começa a manifestar-se aqui, para atingir o seu ápice no próximo solstício.

    Toda a simbologia do Beltane tem, inegavelmente, um cunho sexual. Enquanto em Ostara a fertilidade era apenas palpável e desejada, aqui ela se transforma em ato, representando que o calor do sol penetrou na terra para nela engendrar seus frutos (plantio). Embora diversos costumes da celebração de Beltane tenham subsistido e sido assimilados pelo ocidente cristão, estranhamente as celebrações típicas de Beltane, que ocorrem em 1º de maio no hemisfério norte, foram empurradas pela cristandade para o mês seguinte, dando origem às festas juninas. As fogueiras de Beltane subsistiram nessas festas,
    bem como o costume de pulá-las. Os Maypoles, em torno dos quais dançava-se, tornaram-se os mastros dos santos católicos. Mesmo a adivinhação, que costumava ser praticada nesse festival, manteve-se na tradição popular, pois é comum acreditar-se que as moças solteiras, nas noites de festa dos santos "casamenteiros", poderão visionar seus "futuros maridos".

    Talvez esse deslocamento da data para o mês seguinte tenha origem na tradição celta que proibia casamentos no mês de maio, por ser este consagrado unicamente ao casamento da Deusa e do Deus. Dessa forma, nada mais natural que o mês seguinte fosse dedicado aos casamentos e, posteriormente, aos santos casamenteiros. Por outro lado, a celebração do.casamento divino ficou indelevelmente marcado, pois paradoxalmente hoje maio é considerado o Mês das Noivas pelos cristãos, e o mês dedicado a Maria (a esposa-divina).

    Outro aspecto interessante a ser lembrado é que o 1º de maio é, hoje, comemorado internacionalmente como o Dia do Trabalho. Lembrando-se que o Beltane era um festival de plantio, a associação entre agricultura e trabalho é bastante notável, visto ter sido esta atividade um dos primeiros trabalhos organizados do homem.


    Litha, o Solstício de Verão


    O dia mais longo do ano marca o auge do poderio do sol. Em Litha, o Deus atinge a maturidade e prenuncia o seu declínio, ao passo que a Deusa, grávida, assume a face da futura mãe. Como no solstício de inverno, o solstício de verão marca uma pausa, um momento de repouso entre as duas metades da Roda do Ano. Aqui, o período não é o repouso forçado pelo inverno, mas sim o repouso prazeroso do verão, o intervalo entre o plantio e a colheita. É de se notar que até hoje, se considerarmos os calendários escolares, teremos férias justamente nesses dois períodos (auge do inverno e auge do verão).

    Segundo uma das tradições ligadas ao solstício de verão, esse seria o momento em que o Rei do Carvalho, aspecto do Deus que reinou durante a primeira metade do ano (a fase de crescimento, ou seja, do nascimento à maturidade), seria derrotado e substituído pelo Rei do Azevinho, que governará a outra metade (da maturidade à morte). Há aqui um interessante sincretismo, apontado por Robert Graves, conforme citado por Stewart Farrar em A Witches' Bible. Ocorrendo sempre em torno de 20 de junho, no hemisfério norte, a data deste sabá praticamente coincide com o Dia de São João Batista. É interessante notar que, segundo a mitologia cristã, João Batista, o feroz pregador, foi substituído em sua missão por "aquele que veio depois dele", ou seja, o sábio e manso Jesus. Eis aqui, portanto, assimilada pelos cristãos a derrota do impetuoso Rei do Carvalho pelo
    sábio Rei do Azevinho.


    Lammas


    O Lammas é o sabá que comemora a chegada das primeiras colheitas, juntamente com o outono. Marca, portanto, a chegada dos primeiros frutos da Mãe-Terra que alimentarão os homens, bem como a transição do Deus-Sol para o papel de protetor e provedor. Convém lembrar que o termo Lammas já é um nome um tanto moderno (e mesmo cristianizado) para esse sabá, motivo pelo qual eu diria que ele foi antes absorvido do que anulado, mantendo-se vivo entre a cristandade na forma de inúmeros festivais de colheita, em todo o mundo ocidental.

    Na antiguidade pré-cristã, porém, era conhecido e celebrado como Lughnasadh. Este festival era dedicado ao deus Lugh, deus guerreiro associado ao sol, que teria tido importância decisiva na vitória dos Thuatha De Dannan sobre os Fomorianos (duas tribos míticas que haveriam povoado a Irlanda). Uma das lendas associadas a Lugh conta que ele teria poupado a vida do chefe inimigo Bres, em troca do segredo de arar a terra, semear e colher. Eis aqui, portanto, uma referência direta à agricultura neste festival, mesmo em sua forma mais ancestral. Uma outra tradição ligada ao Lammas era o costume de se atear fogo a uma roda de
    madeira e fazê-la rolar colina abaixo. Essa prática representava a descida do sol, o encurtamento progressivo dos dias, significando que o Deus entrava em sua fase de decadência.

    Mabon, o Equinócio de Outono


    O Mabon é o festival da segunda colheita, ou ainda do encerramento da colheita iniciada em Lammas. Aqui se colhiam os alimentos que garantiam o sustento durante o inverno, bem como se sacrificavam aqueles animais domésticos que não resistiriam à próxima estação, consumindo-se ou conservando a sua carne.

    De uma forma geral, pode-se dizer que, apesar da aproximação do tempo de privação, o Mabon seria o momento de maior fartura de todo o ano, estando as colheitas completas e o alimento estocado. Dessa forma, a celebração do Mabon resulta num agradecimento pelas dádivas proporcionadas pela Deusa e pelo Deus no decorrer do ano.

    No Mabon, temos novamente o equilíbrio entre o dia e a noite, significando aqui que ambos os aspectos entram em sua fase final. O Deus encaminha-se para a morte próxima, enquanto a Deusa assume seu aspecto de anciã, preparando-se para a jornada no mundo interior, onde passará o inverno aguardando o nascimento de seu filho. Apesar da origem do nome do sabá ser celta, o folclore do Mabon remete à lenda grega de Perséfone, que conta que esta deusa passava metade do ano proporcionando a fertilidade dos campos e outra metade do ano no Hades (mundo interior) em companhia de seu marido. A época do equinócio de outono era justamente o início do período do ano em que ela morava no submundo. Na Grécia, nessa época, eram celebrados os Ritos de Elêusis, talvez o mais importante festival religioso grego, que perdurou por mais de 2000 anos.

    Na cristandade, essa data é dedicada ao arcanjo Miguel, considerado pelos cristãos o vencedor de Lúcifer. É interessante notar que uma das lendas celtas associadas ao Mabon contava que, no equinócio de outono, o deus Lugh (o sol, a luz) era derrotado por seu irmão gêmeo, o deus da escuridão Tanist. De uma maneira ou de outra, surge aqui a idéia da noite sobrepondo-se ao dia.


    Samhain


    Considerado o sabá mais importante, o Samhain, mais tarde conhecido como Halloween, marcava o final do ano celta. Num aspecto puramente prático, isto significaria que as colheitas estavam encerradas, os animais domésticos guardados em seus abrigos de inverno, e as provisões estocadas. No aspecto místico, no entanto, esta data é carregada de significações.

    Apesar do Samhain ser celebrado como o final do ano, muitos povos antigos não comemoravam o início de um novo ano até o próximo Yule, considerando esse período entre os dois sabás como sendo um tempo fora do tempo, um período de suspensão da vida, repleto de magia e de perigos. A relação com os perigos do inverno, com o recolhimento exigido nos países de clima frio nessa estação, com a duração das longas noites invernais, é patente. O próprio nome gaélico significa, literalmente, "fim do verão", evocando o final dos dias de calor. O momento de maior fartura relativa, em todo o ano, marcava igualmente o momento de maior comedimento, já que os estoques deveriam durar até a próxima primavera.

    Na noite de Samhain, considerava-se que o véu entre os mundos estaria em seu momento mais tênue, possibilitando a comunicação com os antepassados. Lanternas eram acesas e colocadas nas janelas, para guiar os que já partiram até suas antigas casas. As mesas eram postas com lugares extras para os antepassados, comida era ofertada. A própria celebração do sabá tem a característica de ser um misto de pesar pela morte e alegria pelo renascimento vindouro - refletindo o que seria o momento da morte do Deus solar e do auto-exílio da Deusa no submundo, aguardando o seu retorno.

    Essa dualidade do Samhain nos fala justamente do tema central da Roda do Ano, da revelação do mais profundo dos mistérios. O momento da morte do Deus é o momento do.conhecimento que ele gera a si mesmo, pois é ele a criança que gesta no útero da Deusa e nascerá no Yule. O simbolismo da perpetuação da vida, da cadeia circular que se auto-sustenta, da natureza que é inextinguível pois está continuamente gerando a si própria, se expressa aqui tanto no plano divino quanto no plano humano. Somos eternos pois aqueles que partiram continuam vivos em sua descendência, e poder-se-ia dizer que o encontro com nossos antepassados é o próprio encontro com nossos filhos.

    Ecos desse festival estão ainda bastante presentes no imaginário popular. O Dia das Bruxas, o Halloween, tão tradicional nos países de língua inglesa, mostra-nos isso na forma de crianças fantasiadas de seres fantásticos - fantasmas - o que seria uma forma distorcida de se interpretar os antepassados mortos e mesmo, como dissemos acima, de representar as crianças como continuadoras da presença dos que se foram. A tradição cristã associou à data tanto o Dia de Todos os Santos (01/10) quanto o Dia de Finados (02/10). Pode se ver nas duas celebrações cristãs o culto aos antepassados, tanto na forma de "santos" quanto na forma direta.



    O Espírito dos Sabás - Uma Visão Agrupadora


    Independentemente das tradições particulares e das lendas associadas a cada um dos sabás, há o costume de dividir-se essas datas em O Tempo do Grande Sol e O Tempo do Pequeno Sol, referindo-se justamente aos períodos quentes e frios do ano. No entanto pode-se reparar que, mais do que representarem duas fases apenas, os sabás apresentam quatro temáticas dominantes, correspondendo às quatro estações do ano, e aquelas festas que se encontram no início e no ápice de cada estação possuem características comuns. Isso está esquematizado no gráfico a seguir:




    Dessa forma, os sabás que marcam o início e o ápice da primavera, na perspectiva sazonal que utilizamos e não na convencional (Imbolc e Ostara), retratam o frescor, a fragilidade e a paixão característicos da infância e da adolescência, sendo ritos dirigidos à
    fertilidade e à esperança de fartura no ano que se inicia.

    Beltane e Litha, os sabás do verão, têm, ambos, a temática da sexualidade, do ato de fecundar, do casamento. A força da juventude, a semeadura, a união dos opostos, formam a tônica desses rituais. Os sabás do outono - Lammas e Mabon - já têm como temática os aspectos relacionados à maturidade e, por serem festas de colheita, ao agradecimento pelos frutos da terra e, por extensão, aos resultados obtidos pelo trabalho. A idéia de gestação, de perpetuação, é bem vívida em ambos. A temática do Samhain e do Yule, os sabás do inverno, também se aproxima. Ambos tratam da morte e do renascimento e a tônica aqui, é o recolhimento. A alegria é uma espécie de contraponto nos dois sabás, visto que o que aqui se festeja não é a plenitude em si, mas sim a certeza que ela virá após o momento atual.

    Outra coisa que se torna patente ao observar o suceder dos sabás sob essa ótica, é que conforme o ano caminha, tais celebrações deixam de ser centradas no indivíduo e passam a ser centradas na família, no grupo, ou no clã. Poderíamos aqui traçar um paralelo com o desenvolvimento do ser humano. Crianças novas não são naturalmente gregárias mas, conforme vão crescendo, progressivamente adquirem a noção do outro, se tornam cada vez mais inseridas dentro de relações interpessoais
    e, finalmente, ao atingir a idade adulta, buscam os relacionamentos de integração que constituem os núcleos familiares. Assim, os quatro primeiros sabás, aqueles da fase de crescimento do sol, são basicamente voltados a sentimentos individuais, ao passo que os quatro últimos, os da fase de declínio do sol, são voltados a sentimentos familiares e coletivos.

    Fazendo algumas associações místicas, o Imbolc, dessa forma, pela sua característica de início, poderia ser associado ao processo solitário das iniciações, ao simbolismo do arcano I do Tarô (O Mago), ao impulso do ego e do fogo interior relacionado ao signo de Áries. Da mesma forma, o Yule traduz a coletividade, o simbolismo do arcano XXI (O Mundo), o sentido de união ao grupo, da junção de múltiplas gotas em um oceano dos signos de Aquário e Peixes, ou mesmo da dissolução da individualidade, representada pela morte.



    Anexo:
    A Celebração dos Sabás -Hemisfério Norte ou Hemisfério Sul?


    Ao apresentar o simbolismo de cada um dos sabás, por diversas vezes eu me referi às datas em que estes são celebrados no hemisfério norte. Houve uma razão específica para isso, que foi demonstrar de que forma estas datas foram assimiladas por nossa cultura e como elas se transformaram ou vieram a dar origem a festividades cristãs, já que a cristandade também se desenvolveu no hemisfério norte.

    No entanto, surge aqui uma polêmica. Quando apresentamos os primeiros gráficos, falamos na inversão das estações do ano entre os dois hemisférios da Terra. Em termos rituais, isso significa que enquanto no hemisfério sul temos a fase do ano de crescimento e amadurecimento do Deus (conforme os dias se alongam), no hemisfério norte o contrário se dá: os dias se encurtam e temos a fase de decadência e morte do Deus. Exemplificando: enquanto no hemisfério sul temos o solstício de verão, o dia mais longo do ano, no hemisfério norte, na mesma data, é o solstício de inverno e a noite mais longa do ano. Enquanto aqui, segundo o mito, o Deus está na plenitude de suas forças e a Deusa está grávida, lá o Deus acabou de nascer.

    Seria portanto coerente comemorar o mesmo sabá aqui e lá? As opiniões se dividem. Temos aqueles que pregam a adoção de um calendário único, seguindo o ritmo das estações do hemisfério norte; temos aqueles que defendem a realização de cerimônias mistas, onde ambos os aspectos sejam lembrados; e temos aqueles que afirmam que deverá ser adotada a celebração dos sabás de acordo com o ritmo sazonal da região onde se vive.

    Os defensores da padronização pelo hemisfério norte alegam que as raízes da bruxaria foram estabelecidas naquele hemisfério, que o simbolismo utilizado nos sabás refere-se à vegetação e aos animais típicos dos países do norte e, ainda, que os sabás vêm sendo comemorados há milhares de anos naqueles lugares, o que fixaria a energia destas datas na forma que elas lá se apresentam. Citam ainda o fato que o ano civil e suas comemorações estão historicamente atrelados, como vimos, às datas do hemisfério norte.

    Aqueles que defendem a celebração de sabás híbridos, misturando elementos do hemisfério norte e do hemisfério sul para cada data, a meu ver, procuram apenas uma espécie de "acomodação política". Estes normalmente argumentam que, em países como o Brasil, a diferença entre as estações do ano não é nitidamente marcada como na Europa, ocorrendo coisas como dias de sol e calor em pleno inverno.

    Particularmente, não concordo com uma posição nem com a outra. Atrelar as datas dos sabás ao hemisfério norte me parece contradizer o próprio espírito destas comemorações. Se o que buscamos é a sintonia com a natureza, como poderemos desprezar o que se passa à nossa volta e nos conectarmos com o que ocorre em outra parte do planeta? O argumento que tais cerimônias teriam se originado na Europa me lembra, por exemplo, as missas rezadas em latim. O que é mais importante? A compreensão e a sintonia com os elementos da celebração ou a tradição?

    O simbolismo típico do hemisfério norte, na forma de árvores, frutos, cereais e animais típicos daquela região me parece apenas falta de imaginação e, mais uma vez, tradicionalismo inócuo. Da mesma forma que lá, temos aqui inúmeras espécies nativas que
    bem simbolizam cada época do ano, basta querer aproveitá-las. Nunca é demais lembrar que o que celebramos é a natureza e que o Deus e a Deusa não são ilustres cidadãos europeus, mas sim a própria representação da natureza. Logo, olhemos à nossa volta para buscá-los e não para milhares de quilômetros de distância..Argumentos baseados no ano civil caem no mesmo vazio. Dizer que seria estranho, por exemplo, celebrar o nascimento do Deus em junho, como se isso fosse uma espécie de Natal fora de época, apenas me faz pensar num demasiado apego a tradições cristãs. O Yule não é o Natal, e isso deve ficar bem claro. O Natal é uma festa cristã que, no hemisfério norte, ocorre na mesma época do Yule e, por ter sido criada a partir de símbolos pagãos (como explicamos) tem basicamente a mesma simbologia.

    A adoção de uma religião pagã não significa o combate ou o desrespeito aos preceitos do cristianismo, mas significa, de uma forma ou de outra, a necessidade de rompimento com estes. O mundo cristão comemora o ano-novo em dezembro, por exemplo, mas chineses, judeus e outros povos não o fazem. Além disso, poder-se-ia perguntar aos defensores da egrégora, do estado de espírito característico a cada celebração, se estes se sentem dispostos ao recolhimento em seus lares em pleno verão! Ou se acham interessante comemorar alegremente o calor do verão, a fertilidade, tremendo de frio num Litha numa noite de junho...

    Basear-se na pouca diferenciação entre as estações do ano é prender-se a apenas um aspecto da Roda do Ano, justamente aquele que é ligado ao efeito e não à causa. Os efeitos são verificáveis no corpo da Deusa (a terra), mas são causados pelo Deus (o sol). Ou seja: além de tal diferenciação variar grandemente de acordo com a localidade que se leva em conta, ainda há o inegável fato que a variação da duração dos dias, por menor que seja, existe e segue o padrão que expusemos. O dia mais curto do ano, no hemisfério sul, dá-se em junho e não em dezembro.

    Portanto, não vejo outra alternativa mais correta, quando se opta por seguir as celebrações da Roda do Ano, do que fazê-lo da maneira que ela se apresenta no local onde vivemos. O próprio fundamento do paganismo é o contato, a interação com a natureza. As bases da crença nos dizem que fazemos parte da Natureza e somos responsáveis pela sua manutenção e pela sua eterna recriação. De que forma poderemos nos sentir assim se, logo de princípio, nos apartamos do momento atravessado pela natureza que nos cerca, ignorando as estações do ano em nosso próprio local de moradia?

    Da mesma forma, entendo que a celebração dos sabás deverá, na medida do possível, utilizar elementos que estejam presentes no nosso cotidiano, que simbolizem o momento da Roda do Ano como ele se apresenta onde vivemos. Por mais eficiente que um símbolo possa ser em sua região de origem, ele não terá necessariamente a mesma eficiência em outras regiões. Que significado poderia ter um pinheiro, como símbolo da permanência da vida durante o inverno, para um nativo de uma ilha do pacífico, que nunca viu um pinheiro?... É preciso ter em mente que a utilização de um determinado símbolo, seja ele um fruto, um grão ou um animal, tem um significado próprio dentro de uma celebração. Cabe a nós representar esse significado de uma forma que seja por nós compreendida, não apenas repetir o que nos foi apresentado por uma tradição, senão estaremos apenas repetindo velhas
    fórmulas e insistindo em criar dogmas.

    Retirado de:
    www.mitoemagia.hpg.com.br
    posted by iSygrun Woelundr @ 4:19 PM   0 comments
    iHELL, a cidade do pecado!
  • iHELL, A CIDADE DO PECADO(canal de tecnologia)
  • iMOTOKO, um futuro pleno de tecnologia
  • KINEMA, artes e espetáculos
  • iAPLEE, o mundo da maçã
  • iCHINACELL, tecnologia móvel chinesa
  • BIBLIOTECA ON LINE
  • MOMENTO POLÍTICO
  • PIADAS
  • Ridertamashii
  • ultimas UNIVERSO ASGARDH
  • As Brumas de Avalon - Marion Zimmer Bradley
  • Quem eram os celtas
  • OGHAN, a escrita celta...
  • TRISTÃO - MITO E SÍMBOLOS
  • PINTURA DE GUERRA CELTA
  • The Glastonbury Area. LAR DE MORGANA
  • HORÓSCOPO DAS FADAS
  • SEREIAIS E AS MULHERES DO MAR, MORGAN
  • Ceridwen, A Deusa Branca
  • TRISTÃO E ISOLDA: Profa. Luciana de Campos
    REPORTAGENS ARQUIVADAS MÊS
    PROGRAMAS DE AFILIADOS: PARA TER ANUNCIOS EM SEU SITE OU BLOG
    © MITOLOGIA CELTA Template by ASGARDH